sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025
Três kilômetros para o fim do mundo
"Trei kilometri pâna la capatul lumii", de Emanuel Parvu (2024)
Vencedor do Queer Palm no Festival de Cannes 2024, dedicado a filmes com temáticas lgbt, "Três kilômetros para o fim do mundo", é prova de que o cinema romeno não existe para trazrr finais felizes. Angustiante, o filme me deixou com muita raiva, ódio, e é justamente essa sensação de estar com mãos atadas que o roteirista e diretor Emanuel Parvu quiz trazer para o espectador. O filme dá voz aos algozes, aos homofóbicos, policiais corruptos, asistemtes sociais que se deixam contaminar, aos pais conservadores e passivos. À vítima, resta-lhe o silêncio e a consequência de uma sociedade violenta e retrógrada. Adi (Ciprian Chiujdea) é um jovem de 17 anos, que retorna à sua cidade natal para passar um tempo com seus pais, enquanto as aulas não recomeçam. A cidade é pequena, Delta do Danúbio. Os pais de ADi, (Bogdan Dumitrache e Laura Vasiliu) são simples e classe média, e estão com dívidas financeiras com o vizinho. Quando Adi sai de noite, ele é espancado pelos filhos do vizinho: eles testemunharam Adi em momentos carinhosos com um turista de Bucareste. Os pais de ADi, assim que decsobrem que o motivo da violência foi por homofobia, ficam surpresos por jamais saberem que o filme é gay. Decidem não incriminar os vizinhos, tanto pela questão financeira, quanto pela vergonha. Eles convocam um padre para exorcizar o filme, amarrando-o à força. Logo depois, vem a polícia, que quer abafar o caso do exorcismo e pedir que Adi não abra um processo. Uma assistente social chega para defender Adi, mas ela logo é abafada. Um a um, todos sucumbem ao sistema e ao mundo conservador.
Como sempre, o cinema romeno vem com extremo rigor formal na sua decupagem: planos fixos e longos, favorecendo o esetacular trabalho dos atores. Uma direção firme de Emanuel Parvu, e um roteiro que não deixa nenhum espectador incólume.
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