domingo, 2 de fevereiro de 2025
Red island
"L'île rouge", de Robin Campillo (2024)
Em 2017, o cineasta francês Robin Campillo foi sensação no mundo cinéfilo quando ganhou o grande prêmio do juri do Festival de Cannes com o contundente "120 batimentos por minuto". Agora com "Red island", Campillo retrata a sua infância no Madagascar nos anos 70. O país ganhou a independência em 1960 da França, após intensas rebeliões sangrentas. O filme se passa entre os anos de 1970 a 1972, quando as últimas famílias francesas saíram de vez do país. A família de Thomas Lopez (Charlie Vauselle) é numerosa: pai, mãe, irmãos, tios. Thomas tem 8 anos e o filme é pelo seu ponto de vista. Ele observa o despertar sexual do seu irmão mais velho com a namorada, a relação interracial entre franceses e mulheres de Madagascar e principalmente, vê o surgimento de um movimento popular de eempoderamento da cultura e do país. Thomas é apaixonado pelos quadrinhos de "Fantomettre" e se imagina no lugar da jovem heroína, lotando contra os vilões, uma metáfora da relação França e Madagascar.
Me lembrei muito do filme de John Boorman, "Esperança e glória", que mostrava muitos temas semlehantes na Inglaterra durante a 2a guerra mundial, pelo ponto de vista de um menino.
Li que essa foi a primeira produção francesa a rodar no Madagascar depois de mais de 3 décadas. Com um orçamento caprichado que envolve filmar com elenco e equipe em Madagascar e ainda em um filme de época, repleto de efeitos, infelizmente esse olhar do diretor sobre a sua história e sua família não trouxe o encantamento esperado. A fatia do filme que envolve a fantasia não mescla direito com o filme realista. O menino é ótimo e também a menina que faz sua melhor amiga, Suzanne. Mas são muitos sub-plots e acaba perdendo a força, além de ser sem ritmo.
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