domingo, 20 de novembro de 2016

Os incontestáveis

"Os incontestáveis", de Alexandre Serafini (2016) O gênero road movie tem ganho fôlego e força na última leva de filmes brasileiros. Tivemos em 2016 "Reza a lenda", de Homero Olivetto, "Entrando numa roubada", de André Moraes e em breve, "Motorrad", de Vicente Amorim. Enquanto o primeiro aposta em um filme apocalíptico frisando comparações com "Mad Max", o filme de Vicente Amorim vai de frente no gênero terror. O que mais se aproxima do tom e do deboche ultra mega pop de "Os incontestáveis", é o filme de André Moraes. O filme capixaba é de baixíssimo orçamento, e tem no elenco figuras icônicas do meio musical, no caso, os cantores Will Just e Mozine, que nunca atuaram antes. Ambos carregam a responsabilidade de assumirem os protagonistas do filme. Eles são Belmonte e Mauricio, dois irmãos que seguem na Estrada que vai do Espírito Santo até Minas, e depois até Mato Grosso, à bordo de um Opala 73, bem no estilo Tarantino de "A prova de morte". O motivo de pegarem a estrada é bem louco: eles querem recuperar um Maverick vermelho, que pertenceu ao pai deles, e que atualmente está nas mãos de Lobo, um fazendeiro escroque interpretado por Tonico Pereira. Tonico Pereira também é o elo de ligação com "Entrando numa roubada", que se utiliza igualmente de uma trilha roqueira. Muitos palavrões, machismo, piadas infames envolvidos em uma narrativa totalmente independente. Tecnicamente o filme tem problemas: fotografia e alguns atores de apoio são bem amadores. Mas como o filme é escancaradamente free style, acaba que esses elementos que prejudicariam qualquer outro filme, aqui se torna motivos a mais para se divertir. Na segunda parte do filme, o ritmo cai bastante, pois o filme abraça uma narrativa mais voltada ao misticismo do interior do Brasil e vai saindo da insanidade que até então estava presente. Mas logo recupera a trajetória easy rider da primeira parte do filme e termina de forma apoteótica. Claro, dentro do padrão baixo orçamento de ser. Tonico Pereira está hilário como um Big Boss escroto, e os 2 músicos acabam divertindo, mais pelo jeito meio Beavis e Butthead de ser dos personagens. Edição de Natara Ney, foi o filme de encerramento do 23o Festival de cinema de Vitória.

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