quinta-feira, 17 de novembro de 2016

O ídolo

"Ya tayr el tayer", de Hany Abu-Assad (2015) Chorei 500 litros nesse emocionante e comovente drama baseado na história real de Mohammed Assaf, palestino que venceu a versão do 'Arab Idol" em 2013 no Egito. O programa é a versão americana do 'American idol", e pela primeira vez, durante toda essa temporada, o povo árabe se uniu, esquecendo por um tempo das guerras e se dedicando à alegria e à União do povo. Mohammed simbolizou essa junção de forças e de solidariedade, e acabou sendo convidado a ser Embaixador da boa vontade na Unesco, recebendo passaporte diplomático para ir a qualquer lugar do mundo, com exceção de Gaza, lugar onde nasceu, precisando de autorização para sair e entrar. O filme começa nos anos 200, com Mohammed criança, e a sua relação com sua irmã Naour. Juntos, eles formam uma banda musical, juntando outros 2 amigos, Naour sofre na pele o machismo da sociedade árabe, pois não aceitam mulheres em eventos musicais. Assim, ela se faz passar por homem. Uma tragédia acontece na família e passam-se 10 anos. Agora, Mohammed, frustrado, é um taxista. Porém, seu sonho de se tornar cantor não morreu. Ele foge para Cairo, para poder se inscrever no concurso do "Arab idol". O mais curioso do filme, que é baseado na história real de Mohhamed, é testemunhar como a vida trouxe o fator sorte para ele. Muitas situações, em uma história fictícia, o espectador com certeza diria: "ah, isso não existe, facilitaram demais pro personagem pra história caminhar.". Basta lembrar do filme polonês "Filhos da guerra", também baseado em história real e a gente ficava dizendo o tempo todo que as situações eram forçadas. Mas era tudo real. A primeira fase do filme, com as crianças, é uma delícia, e o filme lembrou demais "Quem quer ser um milionário", pois tem toda aquela narrativa de superação e fazer o espectador torcer pelos personagens, mesmo que a gente saiba que a história é real e já conhecermos o final da história. As crianças são ótimas e o ator Tawfeek Barhom, que interpreta Mohammed adulto, também é bastante carismático. É muito bom acompanhar a carreira do cineasta Hany Abu-Assad que dirigiu o denso "Paradise now", realizar um filme com elementos de humor e musical, dentro de uma narrativa mais relax, comum à cinematografia americana, que ama esse tema do sucesso. As cenas finais, com as imagens reais do dia do anuncio do vencedor, com a população nas ruas, é de comover corações mais duros. Para quem gosta de filmes de superação, "O ídolo" é imperdível.

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