quinta-feira, 17 de novembro de 2016
Kubo e a espada mágica
"Kubo and the two strings", de Travis Knight (2016)
Produto da produtora Laika, que já nos trouxe os desenhos "Coraline"e "Paranorman", ambos com conteúdos bem assustadores para a criançada e que têm o tema da morte bem presente em suas histórias. Em "Kubo", tudo continua igual. A história está até mais assustadora e lida com mortes de parentes, além dos traços e da atmosfera serem mais sombrios. Não é filme para crianças pequenas, mesmo porquê o ritmo é lento e não tem tantas cenas de ação assim. O grande tema do filme é a morte e o luto, e isso justifica o desfecho da história acontecer no cemitério, repleto de espíritos que saem de suas tumbas.
O filme usa elementos do fantástico do imaginário da cultura japonesa. Kubo é um menino que mora com a sua mãe, que está em estado de depressão, logo após a morte de sue marido, o samurai Hanzo. Ele foi morto pelas irmãs de sua esposa e pelo Rei Lua, na verdade, avô da esposa. Kubo tem o dom de contar histórias, usando o seu instrumento musical de cordas para dar vida a origamis, e assim, entreter os moradores de um vilarejo. Sua mãe lhe diz que ele deve voltar para casa assim que o sol se pôr, caso contrário o avô e as suas tias virão para lhe arrancar o outro olho ( sim, Kubo não tem um olho, pois seu avô arrancou o outro quando ele era pequeno. Filme infantil?). Kubo acaba desobecendo sua mãe e a profecia se cumpre. Para salvar sua vida, surgem um macaco e um besouro, que o auxiliarão na busca de uma armadura poderosa, dividida em 3 parte, que será a única arma que fará Kubo derrotar os vilões.
Em primeiro lugar, acho que tem um erro no título do filme: deveria ser Kubo e a armadura mágica.
O desenho é o primeiro realizado pelo diretor Travis Knight, que colaborou em 'Coraline" e "Paranorman". Seus filmes são realizados com uma intenção diferente aos filmes da Disney, da Universal e da Pixar, pois não buscam o sucesso fácil e nem se preocupam muito se a família irá curtir ou não, dada a dificuldade para assimilar vários simbolismos. É um desafio corajoso dos produtores, e por isso mesmo, são filmes que merecem ser vistos. A dramaturgia é mais presente, sem as eventuais piadas e números musicais dos concorrentes. O elenco de dubladores buscou atores sem muita intimidade com desnehos: Charlize Theron ( macaco), Matthew Macnaughney ( besouro), Rooney Mara ( irmãs lua) e Ralph Fiennes ( Rei Lua). É um belo filme, com traços belíssimos e visual encantador. Uma pena que provavelmente não terá o sucesso merecido.
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