segunda-feira, 20 de junho de 2022

Um broto legal


 "Um broto legal", de Luiz Alberto Pereira (2021)

O cineasta Luiz Alberto Pereira lançou um dos melhores filmes brasileiros da década passada, "O tapete vermelho", que mostrava um Brasil de pessoas boas que acreditavam que o país podia dar certo. Em "Um broto legal", Pereira traz de novo esse olhar anacrônico sobre uma época que era traduzida em ingenuidade e conservadorismo, e aos olhos de hoje, parece um filme sessão da tarde dos anos 80. Mas é justamente esse olhar sobre pessoas boas e que acreditam no próximo que faz "Um broto legal" ser um filme tão lúdico, poético e acessível para toda a família. E muito do primor do filme vem do elenco, em especial, Marianna Alexandre e Murilo Armacollo, como os irmãos Celinha e Sérgio Campello, futuramente de nomes artísticos Celly e Tony Campello. Martha Meola e Paulo Goulart filho, como os pais dos irmãos, também estão ótimos e cativantes, mesmo que em personagens tão esquemáticos e clássicos. O filme conta a história da primeira cantora de rock nacional, Celly Campello. Ela, junto ao seu irmão Tony Campello, se criaram na provinciana TAubaté. O filme começa em 1952, com Sérgio sendo um dos pioneiros do rock no Brasil e por isso, sendo massacrado pela elite conservadora que acha que o gênero é música do diabo. Celinha, levada pelo irmão para São Paulo para gravar um disco, contra a vontade de sua mãe, faz sucesso apenas com sua segunda música, por insistência de seu irmão. Em 1959, "a versão de Connie Francis adaptada para 'Estúpido cupido" explode nas rádios. Celly precisa lidar com o sucesso, que acaba destruindo a sua vida amorosa. Em 2003, Celly faleceu de câncer de mama.

O filme, bastante colorido e com uma direção de arte, figurino e maquiagem respeitáveis, traz um vigor para a filmografia musical, e mesmo não trazendo nenhuma novidade em termos de narrativa, é bonito de se ver e muito encantador, principalmente, pela paixão de seu elenco em querer dar o melhor de si para o projeto.

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