"Kanonis ithikis", de Thodoris Vournas (2021)
Ousada adaptação do famoso texto "O despertar da primavera", escrito pelo alemão Fred Wedekind em 1891. O livro foi adaptado para o teatro fazendo enorme sucesso. Melchior, um jovem brilhante e rebelde que ousa questionar as instruções que são ensinadas pela sociedade. Wendla, integrante de uma família de classe média alta, educada por uma mãe com rígidos princípios morais e religiosos. O encontro dos dois prova a explosão do desejo, vontade de conhecer o sexo e se aventurar no amor. A história se cruza com o oprimido e trágico Morits e bela Ilse, que tem a coragem de se aventurar pelo mundo. Todos eles, cada um dos personagens, precisa enfrentar o peso da repressão e do conservadorismo da Alemanha do século XIX. Questões como abuso sexual, violência doméstica, gravidez na adolescência, suicídio e homossexualidade,são adaptados para os dias de hoje, e ao invés de adolescentes, o filme conta com personagens adultos, convidados com bullying digital e pornografia cibernética. O filme se apropria da linguagem de "Dogville" de Lars Von Triers e encena tudo em um palco com apenas uma mesa, um arranjo minimalista e com bela fotografia que privilegia a atuação dos atores. O filme é dividido em 7 capítulos, e diferente da peça, aqui traz o foco para a homossexualidade e para a bissexualidade de Melchior, em cenas de nudez total e estupro. Um filme instigante, com ótimos atores e visceralidade do trabalho dos atores, em adaptação adulta e provocativa.
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