terça-feira, 23 de dezembro de 2014
Os gêmeos esqueleto
"The skeleton twins", de Craig Johnson (2014)
Exibido em Sundance, "The skeleton twins" fez um grande sucesso. Essa comédia dramática independente é dirigida por , que em 2009 realizou o filme do movimento mumblecore ( baixíssimo orçamento) "True adolescentes". Agora com um orçamento maior, mas ainda assim independente, ele roteiriza e dá vida a uma das melhores comédias dramáticas dos últimos anos. Curiosamente, seu filme lembra bastante o independente "Antes que eu desapareça", de Shawn Christensen. Ambos os filmes falam sobre relações conflituosas entre casal de irmãos que durante anos não se vêem, e que, por conta da tentativa de suicidio do irmão, se reencontram e aproveitam para lavar a roupa suja. Em "The skeleton twins", Maggie ( Kristen Wiig) e Milo (Paul Hader) se reencontram após ambos tentarem o suicídio no mesmo dia. O pai de ambos se suicidou quando eles eram crianças. Milo é gay, e tem problemas com seu amante, que não assume a homossexualidade. Maggie é casada com Lance ( Luke Wilson) e é infeliz. Nesse reencontro, a tentativa da busca da felicidade.
O mais curioso do filme, para mim, é ter escalado Luke Wilson. Seu irmão, Owen Wilson, tentou suicídio em 2007 da mesma forma que o personagem de Milo: cortando os pulsos. Fico com a impressão de que ele aceitou o papel para exorcisar esse fantasma.
Eu amo filmes que falam sobre geração perdida, sem rumo, que perdeu o bonde. Pessoas frustradas e desesperançadas.
Kristen Wiig é uma ótima roteirista e comediante,e recentemente ela tem apostado em papéis que caminham pelo drama. E tem se mostrado excelente em tudo o que faz. Paul Hader, oriundo do "Saturday night live", é um gênio do humor. Sem apelar para estereótipos de atuação gay, ele brilha e tem vários momentos antológicos: a cena onde ele canta a musica dos anos 80 "Nothing gonna stop us now" com Krsten Wiig é uma pequena obra-prima.
Dosando muito bem drama e comédia, e bem conduzidos pela ótima direção de Craig Johnson, o filme seduz o espectador pelo lado realista e humano das relações familiares. LIndo, poético, emocionante e divertido.
Bela fotografia e trilha sonora.
Super recomendado.
Nota: 8
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