quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Homens, mulheres e filhos

"Men, women and children", de Jason Reitman (2014) Delicioso drama que envolve várias ramas, naquele estilo intrigante típico de Robert Altman, que todos chamavam de "Filme painel". Jason Reitman adora discutir relações familiares entre pais, filhos e parentes. Foi assim com "Juno", : Amor sem escalas" e "Jovens adultos". Seus personagens parecem sofrer da Síndrome de Peter Pan: são adultos que não cresceram, continuam agindo como adolescentes. Mas em "Homens, mulheres e filhos", o foco principal está na incomunicabilidade. Os personagens, mesmo estando um do lado do outro, preferem se comunicar através das máquinas: ipad, celular, computador. Todo mundo é carente, essa é a conclusão do filme. Mesmo casados, mesmo namorando, ninguém está feliz. Através de pelo menos 4 famílias, Reitman faz uma radiografia cruel de pessoas em busca de um amor, se utliizando de whatsapp, sites de pornografia e de encontros casuais para sexo sem compromissos. Até mesmo a prostituta é carente. Nesse mundo frio e sem amor, o espectador se sente incomodado e se pergunta: "mas será que não estão exagerando?". Infelizmente, não. Em uma das cenas, numa escola, através de um plano geral vemos todas as pessoas andando de um lado pro outro olhando para seus celulares, sem nem ao menos olhar para a cara do colega. esta é a mensagem do filme. A direção de Reitman é muito boa, mas o roteiro longo e o excesso de personagens pesam o filme. No início a gente fica super ligado, mas ao longo do filme vai se cansando. Mas o filme reserva 2 grandes trunfos: a trilha sonora, excelente, recheada de pérolas do soul, e o elenco. Mesclando atores veteranos com uma galera nova ( o elenco dos sonhos de "Malhação"), o filme exala beleza e frescor. Aos espectadores que se sentiram incomodados com o moralismo de "Requiem para um sonho", provavelmente irão se irritar com a mensagem do filme, que inclui uma cena de tentativa de suicídio ( o maior dos clichês da carência afetiva do novo milênio). Mesmo com esse momento melodrama mexicano, o filme merece ser visto pela sua inteligência e crueza. Nota: 8

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