sábado, 6 de dezembro de 2014

Eu sou curiosa: amarelo

", de Vilgot Sjöman (1967) Em 1967, cineasta sueco Vilgot Sjöman lançou um filme dividido em 2 partes: "Eu sou curiosa: amarelo" e "Eu sou curiosa: azul". A versão amarela do filme provocou um verdadeiro escândalo na época, e foi proibido em vários países. Instigado pelo movimento da "Novelle vague" francesa, principalmente os filmes de Goard, Sjöman idealizou o seu projeto em cima de "jump cuts" e quebras de narrativa. Mesclando documentário, metalinguagem e ficção, ele ainda acrescentou forte carga erótica em seus filmes. Nudez e sexo em profusao, contrariando o romantismo dos franceses. Pode-se ate dizer que seu filme é atual e moderno inclusive para os padrões de hoje. Colocar a protagonista beijando o pênis do ator não é para qualquer um, muito menos ficarem em nú frontal boa parte do filme. Mais: a isso tudo, o cineasta ainda acrescentou uma entrevista com Martin Luther King, com quem ele esteve durante sua estadia em Estocolmo na época. O filme narra a historia de Lena, uma jovem estudante de teatro que se envolve com o diretor de um projeto que ele está realizando, mesclando entrevistas reais sobre as condições sociais na Suécia com uma parte ficcional do envolvimento dela com um personagem. Porém, o filme mistura a ficção com o documental e com a metalinguagem, e daí, o espectador se vê diante de um intrincado discurso sobre a narrativa cinematográfica. Os elogios vão todos para o casal principal, que se mostra totalmente despojado e sem qualquer tipo de vaidade: a atriz tem peitos caídos e barriga, e não está nem ai. É um cinema cru, sem firulas, que quer mostrar a realidade de forma fria e sem emoção. A fotografia em preto e branco e alguns planos estudados e estilosos merecem também a atenção do espectador mais cinéfilo. Nota: 7

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