domingo, 7 de dezembro de 2014

O predestinado

"Predestination", de Michael Spierig , Peter Spierig (2014) Ficção científica dos irmãos australianos Michael Spierig e Peter Spierig, uma espécie de correlato dos americanos irmãos Warchowsky. Também apreciadores de filmes de ficção científica, Diferente dos americanos, os filmes dos australianos nunca entraram em circuito comercial aqui no Brasil. Seu filme anterior, a ficção com vampiros cibernéticos "2019- A era da extinção", foi pouco visto. AO mesmo tempo, o ator americano Ethan Hawke é uma espécie de fetiche deles, pois também protagoniza o "2019". A trama é das mais intrincadas, e porque não dizer a mais confusa das ficções científicas que vi recentemente, superando em muito o já complexo "Incoerência". Baseado no curta "All you zombies", de Robert Heinlein, publicado em 1959, a história, se é que se consegue resumir, acompanha duas histórias: a de Jane e a de John. John (Ethan Hawke) é um agente temporal que viaja no tempo para resolver casos de terrorismo. Trabalhando em uma espécie de "Agência de viajantes do tempo", John é recrutado para uma última missão: caçar o terrorista "Fizzle bomber", que em 1975 matou 11 mil pessoas em Nova York. Durante uma luta, Bomber agride John, que fica desfigurado. John faz cirurgia e muda seu rosto. Afastado do trabalho,John acaba virando dono de um bar nos anos 70. Um dia, um homem misterioso surge ( Sarah Snook) surge e resolve contar sua história para John, Ele diz que nasceu em 1945 como Jane, e os médicos descobriram que Jane é hermafrodita. Após situações bizarras, Jane acaba fazendo cirurgia para virar homem. A relação entre essa pessoa, agora um homem, e John, vai revelar o quanto os dois tem em comum, e como essa coincidência pode ajudá-los a capturar o terrorista. Mais do que isso, é quase impossível avançar na história sem acabar sendo um spoiler. O que posso dizer é que o trabalho de Sarah Snook é impecável, interpretando 2 papéis, um masculino e um feminino, de forma brilhante e ousada. Um excelente trabalho de maquiagem. Ethan Hawke está correto, e seu lado ator funciona mais com o despojamento de Richard Linklater. Apesar de ficção científica, o filme economiza nos efeitos, e quase tudo vira quase um grande drama existencialista de amor e solidão. Se vale a pena ver? Sim, se você se dispuser a revelar a trama quebrando a cabeça e sem piscar, caso contrário, se enrolará na história e talvez tenha que começar tudo de novo. Ninguém pode reclamar da falta de ousadia dos roteiristas. Aqui, os irmãos Michael Spierig e Peter Spierig exageraram na dose da criatividade. Nota: 7

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