sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Beat é Protesto - O Funk pela Ótica Feminina

"Beat é Protesto - O Funk pela Ótica Feminina", de Mayara Effe (2019) Importante documentário realizado por uma equipe 100% de mulheres, apresenta depoimentos de funkeiras famosas e do underground brasileiro. O filme discute o papel da mulher no gênero Funk, procurando dissociar o discurso da objetificação do corpo feminino e trazer esse tema para "Meu corpo, minhas regras". O filme apresenta artistas cisgêneras e trans, como Pablo Vittar, Liin da quebrada, Renata Prado, Rubia Mara, Fatinossa, Mac keron, entre outras ativistas do movimento musical. O filme começa com uma cartela anunciando "Marielle Franco presente!", deixando claro o posicionamento político e social do projeto. Algumas frases ditas no filme: - "A mulher quando entra no Funk, ela está disposta a enfrentar o mundo." - "O funk é machista, mesmo a mulher sendo a cantora, o homem vai se reportar ao assistente dela, a desautorizando" - "Funk é manifesto, interessa a varias áreas. O mundo só olhou para o funk quando viram os números. Funk movimenta 10 milhões por ano só no Rio. - "Uma forma de dar voz a quem está procurando voz" -" Corpo é apenas corpo, depende de como vc o esta mostrando. Corpo é arte, é protesto, depende do sentido que vc dá a ele" - "Todas as mulheres funkeiras que conheço são empoderadas e sabem se colocar" - "Do mesmo jeito que estou no baile rebolando, estou na faculdade discutindo política pública" - "Da mesma forma que sei rebolar, eu sei trabalhar, sei ler, estudo. É só uma habilidade corporal que eu tenho e outras pessoas não tem, essas mesmas pessoas tem habilidades que eu não tenho e tá tudo certo" - "A música tem a importância de incomodar" - "Funk é ou não cultura: tem que ultrapassar esse pensamento. Funk é arte." Um filme obrigatório para quem quer entender o que significa a presença feminina no Funk e de que forma o feminismo está totalmente envolvido na essência desse gênero, através de cantoras, Djs, produtoras e compositoras que se apropriam dele para serem ouvidas. Além dos depoimentos, o filme tem imagens incríveis dessas artistas no palco e em momentos de expressão artística, apresentando o corpo nú, como um protesto contra a manipulação de corpos perfeitos.

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