domingo, 24 de novembro de 2019
Medo profundo: segundo ataque
"47 meters down- uncaged", de Johannes Roberts (2019)
Juro que eu adoraria ler alguma resenha que falasse sobre a obsessão dos roteiristas e cineastas em fazer filmes de sobrevivência tendo mulheres como protagonistas. Deve haver alguma pesquisa que diz que os espectadores adoram ver as mulheres sofrendo, gritando e lutando pela vida. Claro, as menos inteligentes, as que provocam bullying, as temperamentais, são sempre as primeiras que morrem, e as tímidas e sofredoras geralmente são as heroínas. essa é a cartilha do terror, e por décadas, raramente mudou a fórmula.
Recentemente, tivemos o terror com crocodilos "Predadores assassinos", um excelente exemplar de como utilizar todos os clichês e ainda assim, trazer elementos novos para a trama.
O primeiro "Medo profundo"data de 2017, e com o sue tremendo sucesso comercial, era inevitável uma continuação. Ela veio 2 anos depois, com o título de uncaged", no original. Explica-se: no filme anterior, 2 irmãs ficavam enjauladas o filme inteiro, tentando evitar serem devoradas por um enorme tubarão branco. Agora, em "Segundo ataque", outras 2 irmãs são atacadas em uma caverna subterrânea, junto de duas outras amigas de uma das irmãs. Claro, a irmã mais nova sofre bullying. A outra, mais velha, é emponderada. Mas diferente do filem original, que reservava um ótimo plot twist, a segunda parte aposta nas cenas de ação e muita carne fresca servida aos tubarões, que agora são dois, e cegos.
Ambientada em um resort o México, o filme tem um elenco predominantemente feminino, enquanto aos homens são reservados os papéis de bobos da corte. O filme reserva alguns sustos e boas cenas de perseguição. Mas o melhor fica pro final, em uma cena épica. O roteirista , claro, adora fazer as personagens sofrerem. Se vier uma terceira parte, adoraria que fosse somente com homens. Queria ver os rapazes gritando a cada ataque.
Os efeitos dos tubarões deixam um pouco a desejar, mas as tomadas submarinas são ótimas.
Quando ao diretor, o cineasta inglês Johannes Roberts, continuo achando "Adolescentes em fúria", de 2010, seu melhor trabalho, mostrando estudantes querendo assassinar seus professores na escola da periferia de Londres.
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