sábado, 16 de novembro de 2019
O farol
“The lighthouse”, de Robert Eggers (2019)
Em 2015, o cineasta Robert Eggers escreveu o seu nome na história do Cinema ao lançar o seu primeiro filme, o terror independente “ A bruxa”, co-produzido pelo brasileiro Rodrigo Teixeira. Aclamado por toda a crítica mundial, o filme trouxe uma enorme expectativa para o nome de Eggers. Premiado em diversos festivais, incluindo Fipresci em Cannes 2019, o também co- produzido por Rodrigo Teixeira, “O farol”, foi incensado como um dos melhores filmes do ano.
Ambientado no ano de 1890 na Ilha de New England, o filme foi rodado em película 35 Mm e tem formato de 1:19, dando aspecto de Frame quadrado.
Thomas ( Willem Dafoe) e Eprahim ( Robert Pattinson) são enviados para passarem 4 semanas na solitária Ilha para cuidarem do farol. Thomas tem uma postura superior e destrua Eprahim, que faz boa parte dos trabalhos braçais. Durante uma tempestade, a sanidade mental dia dois homens é colocada à prova.
O filme tem um forte componente surreal e fantástico para descrever o estado psicológico e emocional dos personagens. O espectador testemunha através dos olhos dos personagens e diante de bebedeiras e alucinações, vemos monstros com tentáculos, sereias, gaivotas ameaçadoras e cabeças decapitadas. O filme tem forte influência do cinema expressionista alemão e da estética russa, além de pitadas de Bergman, principalmente de seu filme “ A hora do lobo”.
Não é um filme fácil de se assistir: são apenas dois personagens, uma coisa arritirado narrativa beirando o experimental. Mas é uma bela oportunidade de se aprofundar em um tipo de cinema sensorial, provocativo, com cenas violentas e de surto, talvez a melhor referência seja o filme “Possessão”, de Andrej Zulowsky. Os dois atores estão viscerais, em perfomances corajosas e arrebatadoras. Pattinson prova de vez aos seus detratores que é muito mais que um rosto bonito.
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