segunda-feira, 11 de novembro de 2019

A lavanderia

"The laundromat", de Steven Soderbergh (2019) Baseado no livro de Jake Bernstein, "The secrecy of world", "A lavanderia" concorreu no Festival de Veneza 2019 e foi exibido no Festival de Toronto. Dirigido por Steven Soderbergh e roteirizado por Scott Z. Burns, que já escreveu alguns filmes de Soderbergh, como "Contágio", "Terapia de risco"e "O informante", "A lavanderia" faz parte dos filmes de Soderbergh que fazem denúncias e críticas ao sistema econômico e social americano. O filme se baseia no escândalo dos "Panama papers": em 2016, mais de 11 milhões de documentos vazaram, apontando milhares de empresas de fachadas criadas ilegalmente no Panamá pelo escritório de advogados Mossack Fonseca. Muitos políticos, empresários e artistas foram denunciados por evasão fiscal. Soderbergh mistura fatos reais com fictícios: para ilustrar como a falcatrua funcionava, Soderbergh apresenta várias histórias paralelas envolvendo pessoas prejudicadas pelo esquema fraudulento, entre elas, Ellen Martin (Meryl Streep). Durante um passeio de barco com seu marido, o casal sofre um acidente. O marido morre. Ao tentar receber o seguro, Ellen descobre que a empresa não existe. O filme é apresentado pelos personagens de Antonio Banderas e Gary Oldman, que representam os advogados corruptos Mossack e Fonseca. Quebrando a quarta parede, eles explicam para o publico como o esquema funciona, além de explicar os termos econômicos de forma mais palatável. Não tem como o espectador não remeter aos filmes de Adam McKay: “A grande aposta” e “Vice”. Do primeiro, ele pega a estrutura narrativa de misturar documentário e ficção e explicar ao público os complexos termos econômicos de forma didática e sarcástica. De “Vice”, Soderbergh busca os fatos políticos envolvendo figuras públicas e dando um olhar debochado e crítico, quebrando a quarta parede. O filme tem um roteiro confuso e muitos sub-plots que não ajudam na história principal, que é a de Ellen, que costura todo o filme. Termos difíceis, mesmo sendo explicados de forma acadêmica por Banderas e Oldman se tornam pedantes e áridos. Com um elenco all star, que inclui David Schwimmer, Matthias Schoenaerts, Sharon Stone e Jeffrey Wright, o filme se torna entediante e uma experiência cansativa, que se sustenta quase que somente nas cenas de Meryl Streep, reservando uma bela surpresa no final, desmistificando a fantasia de Hollywood. Outra cena que merece destaque é a do acidente de barco, um primor de técnica e de efeitos especiais.

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