quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Copa 181

"Copa 181", de Dannon Lacerda (2017) Escrito e dirigido por Dannon Lacerda, cineasta mato-grossense estreando em longa-metragem. Financiado inteiramente de forma independente, o filme é um drama LGBTQI+ que tem como cenário principal a sauna gay "Copa 181", onde clientes, garotos de programa, funcionários e cantoras se misturam. Entre os clientes, está Taná (Carlos Takeshi), casado com Eros (Simone Mazzer). Ele voltou depois de uma experiência frustrada de trabalho no Japão e acaba trabalhando em uma pequena loja de materiais de construção em Copacabana. Ela é uma aspirante à cantora. Ambos vivenciam um casamento decadente e sem vida, e profissionalmente estão com o trabalho estagnado e sem ambição. Taná frequenta escondido de Eros a sauna Copa 181, onde mantém relações com os garotos de programa Davi (Gabriel Canella) e Leo (Caetano O’Maihlan. Leo por sua vez mantém a função sexual de ser apenas ativo, e namora a faxineira Kaká (Silvero Pereira), que também canta não local. Desamor, violência, homofobia são temas que costuram as histórias de todos os personagens, bem defendidos por todo o elenco, incluindo participação carinhosa dos ótimos atores Higor Campagnaro, Fernanda Boechat e Otto Jr. O roteiro constrói várias sub-tramas, sendo que algumas acabam sem desfecho. Para uma direção estreante em longa, Dannon desenvolve tudo com mão firme, mas para o tipo de proposta de tema e filme, penso que deveria ter ousado mais nas cenas de visceralidade, pois o conteúdo é bem direcionado para um público alvo. Existe uma construção estética que abafa a dramaturgia em alguns momentos. De qualquer forma, é um filme instigante e provocador. Exibido no Festival do Rio 2018, "Copa 181"tem belos momentos de musical, defendidos com garra pela excelente Simone Mazzer e Silvero Pereira.

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