segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Três homens em conflito

"The good, the bad and the ugly", de Sergio Leone (1966) Presença obrigatória em qualquer lista de melhores filmes de todos os tempos, "Três homens em conflito" fecha a trilogia dos dólares de Sergio Leone, composto por "Por um punhado de dólares", "Por uns dólares a mais" e "três homens em conflito". Todos os 3 filmes têm Clint Eastwood como protagonista, com o codinome de "O homem sem nome", criando o arquétipo do homem misterioso que surge sem qualquer referência de sue passado. Quentin Tarantino considera o filme como “O melhor filme dirigido de todos os tempos” e “a maior conquista da história do cinema”. Não à toa, Tarantino homenageia o filme em vários de seus filmes, inclusive usando trechos da trilha sonora de Ennio Morricone. Ambientado em 1862, durante a Guerra Civil americana, dividida entre soldados da União e Confederados, a trama acompanha três foras da lei: Blondie/The good (Clint Eastwood), Tuco/The ugly (Eli Wallach) e Angel eye's/The bad (Lee Van Cleef). Todos estão em busca de 200 mil dólares enterrados por um soldado em algum lugar específico. Durante o filme, o trio participa de tramas individuais envolvendo os soldados de ambos os lados e outros foras da lei. O filme é repleto de cenas antológicas, e é impossível numerá-las, mas não poderia deixar de citar a sequência final, no cemitério Sad Hill: a cena dos 3 em duelo, em quase 3 minutos de cena, sem diálogos, é uma aula de cinema. Com uma direção absolutamente extraordinária, um roteiro que esbanja humor, ironia e muita tensão,fotografia do companheiro de vários filmes Tonino Delli Colli (também da obra-prima "Era uma vez na América"), sem falar na maquiagem, direção de arte e claro, nas atuações desses 3 incríveis atores protagonistas, cujos closes sem falas, apenas nos olhares, já dão show em muitos atores. Sergio Leone é Mestre em filmar cenas sem falas, apenas em respiração e olhares, infelizmente um hábito cada vez mais raro nos filmes. Mas nada disso teria muito efeito sem a poderosa, primorosa e grandiloquente trilha sonora de Ennio Morricone, que já nos primeiros segundos já toca o seu inesquecível acorde com assovios. Idem digno de nota, os geniais créditos e letreiros do filme, que vão surgindo durante a narrativa. Com 3 horas de duração, o filme é um épico obrigatório para qualquer cinéfilo, estudante de cinema ou estudioso.

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