sexta-feira, 29 de novembro de 2019

A camareira

"La camarista", de Lila Avilés (2018) Drama indicado pelo México à uma vaga ao Oscar de filme estrangeiro em 2020, "A camareira" é o filme de estréia da atriz Lila Avilés. O filme lembra bastante os excelentes dramas "A criada", filme chileno de Sebastian Silva, e "Roma", de Afonso Cuarón. Em todos os filmes, acompanhamos a rotina de uma empregada que cuida de afazeres domésticos, como se a vida dele fosse somente isso. Lava roupa, passa roupa, arruma cama, limpa banheiro, cata lixo. Todos os dias as mesmas funções na vida de Eve (Gabriela Cartol, extraordinária em seu minimalismo). Ela trabalha em um Hotel de luxo. De vez em quando, ela liga para o seu filho pequeno que ela não vê há tempos. O filme divide a rotina de Eve com hóspedes bizarros que surgem de vez em quando. Eve trabalha no 21o andar, e ela em 2 ambições na vida: ganhar um vestido vermelho que está há tempos no achados e perdidos, e ir trabalhar no 42o andar, dedicado a hóspedes vips. Filmado com bastante economia de planos e com um minimalismo de poucos diálogos, o olhar da diretora Lila Avilés é quase documental sobre a vida desses funcionários anônimos, que vivem para satisfazer seus hóspedes e que possuem poucas ambições na vida. O elenco é todo excelente, e a fotografia em tons acinzentado ajuda a trazer uma atmosfera sóbria, intensificada pela direção de arte, que circunda a protagonista de toalhas brancas o tempo todo. Um filme que não julga os seus personagens e sem um olhar apiedado sobre a classe operária. Imperdível.

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