sábado, 2 de novembro de 2019
Pedra negra
"Black stone", de Gyeong-tae Roh (2015)
Drama LGBTQI+ Sul coreano que concorreu no prestigiado Festival de Rotterdan, dedicado a filmes experimentais. O cineasta e roteirista buscou inspiração no cinema do tailandês Apichatpong Weerasethakul, principalmente em seu aclamado filme "Mal dos trópicos".
Dividido em 2 atos, "Pedra negra" apresenta duas histórias paralelas: na capital Seul, um casal, ele filipino, ela chinesa, trabalham a duras pernas em uma fábrica de alimentos. O patrão maltrata todos os funcionários; os obriga a comer comida estragada, atrasa os pagamentos. O marido quer voltar para as Filipinas, a mulher quer continuar em Seul. A mulher acaba morrendo de intoxicação alimentar. A outra história é a do jovem soldado Shon Sun, que igualmente sofre maus tratos do tenente. Uma noite, o tenente estupra Shon Sun, que acaba descobrindo que foi contaminado com o vírus HIV. enfurecido, Shon Sun mata o tenente. Procurado por deserção e assassinato, Shon Sun vai até Seul procurar seus pais. Ele acaba descobrindo que sue pai retornou às Filipinas. O 2o ato é completamente exótico e experimental, apostando em fantasmas e misticismo: Shon Sun retorna à aldeia de seu pai e sua avó, e percebe que a região litorânea foi infestada por óleo que suja as pedras. Os moradores passam o dia limpando as "pedras negras". Shon Sun se relaciona com espíritos da floresta e descobre os encantos da magia.
Difícil descrever o filme. O 1o ato é bem erótico, com cenas de nudez frontal e muito voyeurismo. O 2o ato é totalmente calcado no cinema de Apichatpong: quem conhece seus filmes, vai achar até que é um filme dele. Em uma cena bizarra, um espírito da floresta lambe o sangue contaminado de HIV de Shon Sun. Belas imagens em um drama hermético, que traz contundentes mensagens de ecologia, denúncia trabalhista, bullying, homofobia e reencarnação.
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