quinta-feira, 28 de novembro de 2019
Uma mulher em guerra
"Kona fer í stríð ", de Benedikt Erlingsson (2018)
Indicado pela Islândia a concorrer a uma vaga ao Oscar de filme estrangeiro em 2019, "Uma mulher em guerra" é um filme estranho, que mistura drama, humor negro e musical, muitas vezes quebrando a quarta parede e com um tom bufanesco que remete muito ao cinema do iuguslavo Emir Kusturika.
A protagonista é Halla (Halldóra Geirharðsdóttir, excelente), uma professora de música aparentemente amável e dedicada aos seu alunos e suas aulas. Mas sem que ninguém saiba, ela é uma terrorista ativista ecológica: ela sabota uma fábrica de alumínio, cortando energia elétrica e outras loucuras. Ao mesmo tempo, Halla , que é solteira, deseja adotar uma criança. Alternando momentos de agressividade com carinho, Halla é uma mulher em busca de um futuro possível para si mesma.
Com uma criativa direção, o filme tem uma espécie de coro grego, que são um trio de músicos e um coro de cantoras eslavas que surgem em momentos inusitados do filme, fazendo trilha de pano de fundo, mas sem interferir no drama da protagonista. Corajoso, o cineasta e roteirista Benedikt Erlingsson aposta em uma salada de referências e de linguagens que tinha tudo para dar errado em outras mãos, mas que aqui funciona deliciosamente.
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