domingo, 3 de novembro de 2019

Gênesis

“Genese”, de Philipe Lesage (2019) Continuação de seu filme anterior, o excelente “Os demônios”, de 2015, “Gênesis” é uma obra primorosa do diretor canadense Philipe Lasange, que assim como Gus Van Sant já foi um dia, dirige e filma crianças e adolescentes como poucos. Vencedor de diversos prêmios internacionais em prestigiadíssimo festivais como Locarno e Hamburg, o filme narra o primeiro amor de 3 adolescentes, em histórias paralelas. Charlotte e Guilherme são irmãos na faixa dos 16 anos. Ela mora em Quebec e se envolve com homens mais velhos que se aproveitam dela. Guillaume estuda em um internato masculino de educação rigorosa e descobre estar apaixonado por seu melhor amigo, Nicholas. Félix, protagonista de “Os demônios” e agora com 14 anos, está em um acampamento e experimenta o primeiro amor com uma menina com quem ele flerta. O filme é repleto de músicas dietéticas e na trilha sonora. Mas não se enganem: não é um filme qualquer sobre adolescentes bobos e punheteiros. É um filme sobre dor, rejeição, medo e de como seguir adiante. O filme reflete a dificuldade de crescer e a difícil relação com os adultos. Com atuações fabulosas do elenco, em atuações quase naturalistas, “Gênesis” é como o título diz: o início do sentimento do amor, mesmo que ele venha com melancolia. O filme reserva uma cena cruel: um estupro diante da vítima alcoolizada debaixo da chuva. Fotografia e edição nota 1000, e direção estilosa é delicada de Philipe Lasange, que não tem pressa em contar sua história, de 130 minutos. Imperdível!

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