sexta-feira, 1 de novembro de 2019

A odisséia dos tontos

"La odisea de los giles", de Sebastián Borensztein (2019) Filme indicado pela Argentina para disputar uma vaga no Oscar de filme estrangeiro em 2020, "A odisséia dos tontos" concorreu no Festival de San Sebastian com grande êxito. O filme é dirigido e co-escrito por Sebastián Borensztein, que adaptou o livro de Eduardo Sacheri , "A odisséia da usina". Sebastián Borensztein dirigiu em 2011 o grande sucesso comercial "Um conto chinês", estrelado por Ricardo Darin. Agora ele retoma a parceria em uma comédia dramática que explodiu nas bilheterias argentinas, com 1 milhão e 800 mil espectadores. Darin contracena pela 1a vez com seu filho Chino Darin, justamente interpretando seu filho na trama que se baseia em fatos reais como pano de fundo. Na cidade de Vallarin, periferia de Buenos Aires, um grupo de amigos, liderados por Fermin ( Darin), resolve pegar as suas economias para poder comprar um silo e ali montar uma empresa de transportes. Fermin deposita as economias no banco, mas para o desespero de todos, no dia seguinte, o Governo instaura o "Corralito", um plano econômico que congela os depósitos de todos os correntistas. A população cai na miséria absoluta, e para piorar a situação, os amigos descobrem que o banqueiro pegou os dólares do grupo e escondeu em um cofre enterrado no meio de um terreno isolado. O grupo resolve recuperar o dinheiro, custe o que custar. Mesclando drama , comédia, ação e melodrama, o filme tem como seu maior chamariz o excelente trabalho do elenco All Star, que conta com grandes atores veteranos argentinos. A química de todos é primorosa, e é praticamente impossível dizer quem se sobressai mais. A direção de Sebastián Borensztein é bem esperta e estilosa, como ele já havia mostrado em "Um conto chinês". O roteiro é bom, mas alguns exageros da trama para fazerem a história avançar incomodam (como o sub-plot de Chino Darin e a secretária do banqueiro). O melhor de tudo é ver que o filme se inspira no clássico com Audrey Hepburn, "Charada", para resolver seus problemas. Filme de cinéfilo.

Um comentário:

  1. O filme é bom em muitas coisas, sobretudo os atores (apesar de Darin não ser meu preferido), mas a coisa mais inverossímel e que desconstroi todo o roteiro é saber que no final os personagens argentinos "tontos" que se tornam bem sucedidos com seu plano "inteligente" são de fato tontos na vida real pois voltariam a votar em políticos capazes de repetir tragédias econômicas da mesma estatura... Mas triste mesmo é saber que o Brasil sofre do mesmo mal continental. O que era para ser uma saga que terminam com heróis saboreando sua vitória tem gosto de "a seguir cenas do próximo capítulo" que volta a fazer dos personagens tristes "losers" na vida real...

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