
de Walter Lima Jr (1978)
Famoso drama, considerado uma homenagem póstuma ao talento da atriz Anecy Rocha, irmã de Glauber, que faleceu antes da montagem final, vítima de um acidente fatal: ela caiu em um fosso do elevador, em seu prédio. Na época ela era casada com o cineasta Walter Lima Jr.
O filme inicialmente era para ser um documentário. Em 1973, foram feitos registros do elenco em pleno bloco A Lira do delírio, nas ruas do centro de Niterói. Os atores improvisavam situações. Essas cenas costuram aleatoriamente o filme. Tem uma cena clássica de Anecy Rocha e Nara leão em um beijo lésbico.
A parte ficional , filmada 3 anos depois, fala o drama de Ness Elliot (Anecy Rocha), uma garota de programa que trabalha em um cabaré na Lapa, e que , durante o Carnaval, recebe uma missão de um agiota, Tonico (Tonico Pereira):Trazer bagulho de São Paulo até o Rio. Ela aceita fazeer esse tráfico, para poder ganhar dinheiro e cuidar de seu bebê. Porém, no seu retorno, ela tem sua bolsa trocada com um sambista homossexual. Acuada pelo agiota, ela tem o bebê sequestrado, e somente o terá de volta se devolver o dinheiro. Ela procura ajuda com um malandro, Claudio (Claudio Marzo) e um reporter policial, Pereio (Paulo Cezar Pereiro), que é apaixonado por ela.
Paralelo, o sambista gay começa um caso com um taxsta, que o assalta e o mata. Tudo isso em pleno carnaval.
Belo drama, porém extremamente datado. O bacana do filme é mostrar o Carnaval como um evento de felicidade e trizteza, uma festa de excessos onde as pessoas enlouquecem, se apaixonam, se matam, criam casos. O talento de Anecy Rocha é evidente no filme, e é delicioso ver todos os atuais veteranos atores, como Antonio Pedro e Tonico Pereira, jovens e malandros, como sempre.
O curioso do filme é usar os nomes reais de seus atores, com exceção de Anecy. A narrativa é desconexa, misturando momentos, passagens, criando um clima de constante fantasia e estranheza. O ponto alto do filme é a cãmera do mestre Dib Luft, magistral, fazendo verdadeiros balés coreográficos com a câmera na mão.
Nota: 7
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