quarta-feira, 11 de junho de 2025
Bleeding
"Bleeding", de André Bell (2024)
Escrito e dirigido por André Bell, "Bleeding" é um interessante filme de terror indie, trazendo os vampiros para um contexto curioso. Eles agora são as vítimas. No mundo, os humanos caçam os vampiros, pois de sue sangue, pode-se extrair um pó que vicia mais do que qualquer outra droga, valendo uma grana boa e disputa entre traficantes. Sean (Jasper Jones) é filho de um policial que caça os vampiros. Sean é viciado na droga proveniente de vampiros e quer se tornar um traficante e ficar rico. Ele decide chamar seu primo Eric (John R. Howley) e invadirem uma casa para roubar coisas de valor. Acabam encontrando uma jovem, Sara (Tori Wang), que foi infectada por sangue de vampiros pelo traficante Hank (Jay Dunn) e assim, poder ter seu sangue extraído e poder gerar droga. Sean decide sequestrar Sara e poder ganhar dinheiro com ela, apesar de Eric ser contra. Mas Hank chega e começa uma dispta pela jovem.
Rodado quase todo na casa, o filme é interessante, mais pela premissa e pelo bom trabalho do elenco. Os efeitos são quase inexistentes, por conta do orçamento.
Não amarás
"Krótki film o milosci", de Krzysztof Kieslowski (1988)
Lançado nos Estados Unidos com o título de "A short film about love", "Não amarás" faz parte de um decálogo filmado pelo cineasta polonês Krzysztof Kieslowski, morto em 1996 aos 54 anos. Originalmente, o decálogo era uma série de tv, com cada episódio representando um dos 10 mandamentos. O filme ganhou diversos prêmios, incluindo no Festival de San Sebastian e na Mostra de São Paulo. A trilha sonora é do compositor de quase todos os trabalhos do cineasta, Zbigniew Preisner, e é sublime.
Tomek (Olaf Lubaszenko) é um rapaz de 19 anos, solitário e tímido. Ele trabalha na agência dos correios de Varsóvia. Anti-social, ele não tem amigos. Ele mora em um conjunto habitacional com a mãe de um amigo que serve o exército, uma mulher solitária. Tomek observa pela luneta a vizinha do prédio da frente. Magda (Grazyna Szapolowska) é uma mulher mais velha, e recebe amantes , faz sexo e fica deprimida. Tomek se apaixona por ela. Ele envia cartas para ela, para que ela vá na agência e ele a veja. Ele entrega leite no apartamento dela, até que cria coragem e diz que ama.
Uma bela homenagem à "Janela indiscreta", de Hitchcock, o filme, assim como os outros filmes de Kieslowski, é melancólico e fala sobre a solidão humana e a dificuldade da interação. Atuações soberbas, uma fotografia sombria e uma contemplação sobre o amor doloroso e sofrido.
terça-feira, 10 de junho de 2025
Atriz milenar
"Sennen joyû", de Satoshi Kon e Kô Matsuo (2001)
Morto aos 46 anos de câncer de pâncreas, o cineasta japonês Satoshi Kon lapidou o seu nome no panteão do cinema de animação com apenas 4 longas, na ordem: "Perfect blue", "Atriz milenar", "Padrinhos de Tokyo" e "Paprika". É consenso que "Perfet blue" influenciou filmes como "Cisne negro", e "Paprika", influenciou "A origem", de Christopher Nolan, e são duas obras-primas. Eu só não havia assistido 'Atriz milenial", e fiquei encantado com a estupenda trilha sonora de Susumu Hirasawa. A edição e o roteiro, complexos e criativos, elegem a sétima arte como o grande tema do filme.
Genya Tachibana, um documentarista e Ida Kyoji o cinegrafista, conseguem uma entrevista com a reclusa atriz de cinema Chyoko Fujiwara, que decidiu parar de atuar há 30 anos. O filme faz parte da comemoracão dos 70 anos do estúdio onde Chyoko começou a trabalhar. O país está sendo atacado por fortes terremotos e a população está cautelosa. Chyoko mora em uma casa afastada, nas montanhas. Ela começa a contar a sua história, desde criança, o início como atriz, e principalmente, como, ainda antes de atuar, durante a guerra sino-japonesa, ela conheceu um artista e ativista contra a guerra, por quem se apaixonou. Ele deixou uma chave com ela, que guarda um segredo que ela precisa desvendar qual é.
O filme tem uma estrutura criativa e que pode confundir o espectador. Unindo memória, cenas dos filmes que a atriz interpretou em vida e a interferência lúdica da dupla de filmagem nessa memória, "Atriz milenar" prova que Satochi estava muito à frente de seu tempo, uma estrutura que Christopher Nolan depois ficaria famoso. Mesclando gêneros como drama, romance, filme de guerra, ficção científica, entre outros, a filmografia da personagem de Chyoko é um passeio pelo cinema popular. O final, confesso, me fez lembrar do desfecho de "Interstellar", com o amor atrevessando tempo e literalmente, o espaço.
Te la vamos a dar
"Te la vamos a dar", de Miguel Bou (2016)
Rodado de forma 100% independente pelo diretor e roteirista Miguel Bou, o drama policial "Te la vamos a dar" é uma trama que envolve brigas de gangues e traficantes em Buenos Aires. Os melhores amigos Ricardo e Fabián praicam assaltos em residências, mas decidem que agora querem roubar de outros traficantes, tanto a carga de drogas, quanto o dinheiro.
A trama é simples, e durante o filme, as pessoas vão se matando. Como é um baixísismo orçamento, os efeitos, tanto de iros quando uam explosão de gás no final ficaram bem toscas. As performances são medianas, e tecnicamente, a fotografia e o áudio são falhos. Mas é aquilo: valeu pela intenção de realizar um filme sme incentivos do governo, e no geral, é assistível.
Montreal main
"Montreal main", de Frank Vitale (1974)
Um polêmico drama Lgbtqiap+ canadense, que provocou escândalo quando lançado em 1974 e se tornou obscuro. Escrito, dirigido e protagonizado por Frank Vitale, o filme mostra a relação entre um fotógrafo na faixa dos 30 anos, e a sua paixão por um garoto de 12 anos, Johnny (John Sutherland), que também fica obcecado e apaixonado por Frank. O estilo narrativo do filme lembra o cinema de John Cassabettes: uma linguagem documental, cinema verité e com falas improvisadas. O que mais me chamou atenção no filme, é a sua estética underground, que remete também aos filmes dos anos 60 de Morrisey e Andy warhol, com personagens do submundo: artistas, viciados, figuras marginalizadas da sociedade. Todo mundo aparenta estar sujo, com unhas em close sujas, cabelos ensebados.
Frank é um fotógrafo desempregado que mora em Quebev, Montreal, dividindo uma casa bem muquifo e decadente com seu melhor amigo, Bozo (Allan Moyle). Ambos conhecem toda a classe de artistas e viciados e frequentam as festinhas. Frank tenta seduzir seu amigo Bozo, que é hetero. eles tentam fazer sexo, mas não funciona. Quando Frank vai para uma festa de amigos de Bozo, ele vê o filho da dona da casa, Jonnhy, e imediatamente se apaixona pelo menino. Com o pretexto de tirar fotos do rapaz para um catálogo, ele convence os pais de sair com Johnny. A constante saída de Jonnhy com Frank faz com que a vizinhança passe a decsonfiar das intenções do fotógrafo.
O filme é chato e de ritmo lento, mas a sua atmosfera maldita acaba atraindo a atenção, com uma estética bem documental, ainda mais que foi filmada com 16 mm. É um filme corajoso, e mesmo não mostrando nenhuma cena íntima do fotografo com o menino, os diálogos e as intençõe sjá deixam bem evidente a atração. Um filme sobre desejos, obsessão e paixão proibida.
O que queríamos ser
"Lo que quisimos ser", de Alejandro Agresti (2024)
Alguém precisa urgente montar esse texto e transformar em uma peça de teatro, com 3 atores em cena: um caal de meia idade, e um jovem, filho da mulher. Escrito e dirigido pelo argentino "Alejandro Agresti", do primoroso "Valentin", o filme me fez lembrar de outro drama rom6antico clássico, "Nunca te vi, sempre te amei", com Anne Bancroft e Anthony Hopkins. Os dois filmes falam sobre o amor na meia idade, de duas pessoas introvertidas, tímidas. É um amor sem sexo, sem corpo, somente baseado na amizade, no companheirismo, no estar próximo, na conversa, nos olhares. Eu chorei até me acabar no final desse filme, e juto, amaria ver nos palcos.
Irene (Eleonora Wexler) e Yuri (Luis Rubio) são dois solitários. Ele é dono de uma pequena livraria. Ela é escritora, mãe de um adolescente, (Antonio Agresti, filho do cineasta). Os dois são os únidos a frequentar uma sessão de um filme de Howard Hawks "Jejum de amor", no Cine Arte no outono de 1998. Na saída, casualmente eles puxam assunto sobre o filme, e decidem esticar a conversa no clássico bar de Buenos Aires chamado The Brighton, inaugurado em 1940. Eles decidem não falar seus nomes verdadeiros, e criarem personagens. Ele se diz astronauta, ela se diz romancista. Todas as 5as feiras, eles se encontram no mesmo bar, durante anos, sem ter o contato um do outro, e mantendo os personagens.
Voc6e acompanha o filme e fica apaixonado de cara pelo casal, que é visto em suas vidas pessoais totalmente solitárias, e o desejo de que chegue logo a 5a feira. e voc6e também sabe que algo vai acontecer durante a trajetória, e que irá fazer todo mundo sair chorando do cinema. Que primor, que atuações espetaculares. Que filme sensível e mágico.
segunda-feira, 9 de junho de 2025
La pie voleuse
"La pie voleuse", de Robert Guédiguian (2024)
24o longa metragem do cineasta francês Robert Guédiguian, "La pie volouse" novamente une seus parceiros de quase todos os seus filmes, sua companheira Ariane Ascaride e o ator Jean-Pierre Darroussin, ambos excelentes e sempre luminosos com suas presenças na tela. Igualmente recorrente em sua filmografia, a cidade de Marselha, no filme representado pelo bairro de Estaque. A fotografia favorece a iluminação solar, e acredito que mais do que nos outros filmes, aqui a câmera de Guediguian mostra em planos gerais, mais a cidade, em seu esplendor e paz. Ariane é Maria, que desde que fechou a fábrica onde trabalhava, se sustenta trabalhando de empregada doméstica nos lares de idosos. Um deles, o cadeirante Moreau (Jean-Pierre Darroussin). De seus clientes, Maria rouba escondido uns trocados para pahgar o aluguel da compra do piano que seu neto está treinando. O filho de Moreau, Bruno (Gérard Meylan), espera que seu pai venda a casa para poder ajudá-lo em suas ambições.
Como em seus outros filmes, Guediguian traz uma história humana, focada nas relações simples de pessoas comuns, e na força da amizade e do companheirismo de pessoas que nao se mantém laços familiares. Por mais que não traga grandes acontecimentos, é sempre uma delícia assistir a seus filmes, que são um sopor de encantamento e de vida. Aqui, mesmo sme trazer momentos depressivos, o roteiro traz uma melancolia de fundo, ao focar em personagens idosos e a presença da morte sempre presente.
Doce de menta
"Bakhasatang", de Lee Chang-dong (1999)
Concorrendo no Festival de Cannes na Mostra quinzena dos realizadores, "Doce de menta" é escrito pelo sul coreano, diretor dos premiados "Poesia" e "Em chamas". O filme recebeu mais de 20 prêmios em fetsivais internacionais.
A narrativa é contada ao contrário, apresentando 20 anos da vida de um homem que se suicida. Começa em 1999, volta 3 dias em 1999, vai para 1994, 1987, 1984 e 1979. O roteiro procura explicar os motivos que levaram Yong Ho (Sul Kyung-gu) a se jogar diante de um trem.
Entendemos que ele passa por uma crise na empresa, devendo dinheiro e querendo matar as pessoas que o induziram a comprar ações que o levaram à falência. ele também tem uma péssima relação com sua ex-mulher e filha. Antes de ser empresário, ele foi um torturador da polícia na época dos movimentos estudantis (tem uma cena de tortura contra um estudante numa banheira que é angustiante) e mostra finalmente em 1979 ele como estudante, e o sonho de ser fotografo. O título do filme se refere às balas de menta que uma namorada que o acompanhou durante todos esses anos e que depois sumiu de sua vida dava para ele.
Todas as épocas são costuradas com imagens do trilho do trem. Quem conhece a filmografia do diretor, sabe que seus filmes são longos e tem ritmo lento. Ainda asism, traz excelentes performances e momentos de virada na história, geralmente envolvendo crimes. A montagem do filme é precisa em detalhar as épocas e as transições.
Bailarina- do universo de John Wick
"Ballerina", de Len Wiseman (2025)
Ambientado cronologicamente entre "John Wick 3 "e "John Wick 4", "Bailarina" é um spin off com os mesmos personagens coadjuvantes: a diretora interpretada por Anjelica Houston, o dono do Hotel Continetal, Winston (Ian McShane) e o concierge Charon (Lance Reddickm falecido logo depois das filmagens). A trama principal, assim como a de John Wick, gira em torno de vingança. Eve Macarro (Ana De Armas) teve seu pai assassinado quando ela era uma criança. O pai saiu do Culto, uma organização criminosa administrada pelo Chanceler (Gabriel Byrne), que para se vingar, o mata. Eva cosegue fugir e é adotada por winston, que junto da Diretora, a treinam para ser uma assassina. Mas já adulta, ao matar um assassino, ele encontra no pulso dele o mesmo símbolo dos que mataram seu pai, e ela dceide que agora chegou a hora de se vingar. Mas não esperava que a Diretora enviasse John Wick (Keanu reeves) para acabar com seus objetivos.
Diretor de "Underworld" e "Duro de matar 4", o diretor Len Wiseman tem experiência o suficiente em filmes de ação, tendo que adicionar as famosas coreografias e porradaria que caracterizaram a franquia. O roteiro não oferece nenhuma surpresa, trazendo todos os elementos de John Wick ( inclusice termina exatamente igual ao 2). O 1o ato, mesmo começando com uma cena de ação, logo se arrasta em cenas expositivas, e deixando a ação para a partir do 2o ato. A melhor sequência para mim é quando Eve chega numa pequena cidade onde todo mundo é assassino do culto. Fiquei triste como o filme traz Norma Reedus e a excelente atriz indicada ao Oscar, Catalina Sandino Moreno e os aproveita tão pouco.
A sereia barbada
"La sirène à barbe", de Nicolas Bellenchombre e Arthur Delamotte (2024)
Drama Lgbtqiap+ desenvolvido e escrito por um dos diretores, que é dono do cabaré "La sirène à barbe", tema desse filme francês. Li numa matéria que todo o elenco, com exceção do personagem Beluga, são atores e performers reais do cabaré, interpretando versões ficionais de si mesmos. Ambientado em Dieppe, uma pequena cidade portuária no norte da França, "La sirène à barbe" é o local onde drag queens se apresentam para uma população de curiosos e pescadores. Entre os pescadores, está Erwan (Victor Grillot), um jovem gay que fica obcecado por um dos artistas. Beluga (Fabricae Morio) o diretor de terceira idade do grupo, pede para que diexem de dublar artistas famosas e passem a cantar canções de autoria própria. O local está mal de finanças, e eles precisam se reorganizar para chamara aa atenção de turistas. Enquanto isso, pequenas crises, romances e dramas entre os integrantes botam a harmonia entre eles em cheque.
Diferente de outros filmes com Drags como protagonistas, 'A sereia barbada" é um filme melancólico,, que mostra as apresnetaçõe smusicais sem o glamour e glitter, e os romances entre seus integrantes de forma fria e etérea. Achei o filme sem emoção, não me empolgou. Mesmos os dramas individuais são frágeis, personagens sem carisma. Vale pelas belas locações da região.
A história de dois homens em Beijing
"Lan Yu", de Stanley Kwan (2001)
Concorrendo no Festival de Cannes na Mostra Un certain regard, "Lan Yu" recebeu mais de 20 prêmios internacionais. Uma trágica história de amor queer em uma China do final dos anos 80, às vésperas da Manifestação estudantil da Praça da Paz celestial, o filme traz Lan Yu (Ye Liu), um jovem estudante do interior que veio para Beijing estudar arquitetura. Sem dinheiro para se manter na cidade grande, ele é induzido a se prostituit para o dono de um salão de bilhar. Ao chegar lá, ele acaba conhecendo Chen Handong (Jun Hu), um homem de meia idade. Dono de uma empresa comercial de sucesso, Chen é enrustido e vive de fachada, seduzindo mulheres. Os dois homens se congecem e Chen o leva até sua casa, onde inicia Lan Yu inicialmente. Os dois se gostam, e com o passar do tempo, vivem um romance às escondidas. Chen compra presentes, e depois, um pequeno apartamento e carro para Lan Yu. No entanto, Chen não quer um relacionameno sério, ao contrário de Lan Yu. Chen acaba se casando com uma tradutora de sua empresa e se afasta de Lan Yu. Mas quando ele vai preso por sonegacão fiscal, Lan Yu ressurge pagando a fiança com a venda da casa e carro.
Um filme melancólico e muito sofrido no amor desses dois homens apaixonados, mas que não podem viver um grande amor. Fiquei surpreso que em uma produção chinesa, os dois atores apareçam em nu frontal e em intensas cenas de sexo. O pano de fundo, político, é um retrato histórico de uma China em processo de transformação.
domingo, 8 de junho de 2025
Mazel tov
"Mazel tov", de Adrian Suar (2025)
Eu amo comédias dramáticas sobre famílias judaicas. Quem amou "Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe" ou qualquer filme de Woody Allen sobre neuroses envolvendo famílias e tradições, simplesmente não pode deixar de assistir a esse excelente filme argentino, escrito por Pablo Solarz e protagonizado e dirigido por Adrian Suar, um astro argentino nascido nos Estados Unidos. Eu me peguei rindo, emocionando e chorando horrores no final, com um monólogo espetacular do ator Fernán Mirás, que interpreta o mais velho dos 4 irmãos, Gabriel, ao pé do túmulo de seu pai. "Mazel Tov" vem do iídiche e significa "boa sorte", mas também significa "parabéns".
Dario (Suar) mora nos Estados Unidos, para onde foi para trabalhar e tocar seus negócios. Ele se prepara para retornar para Buenos AIres para o casamento de sua irmã Daniela (Natalie Pérez) e do bat mitzvá (celebração religiosa realizada aos 12 anos para meninas que simboliza a passagem para a vida adulta) da sobrinha deles de 12 anos, filha de Gabriel. Ainda tem o irmãos mais novo, Guido (Benjamín Rojas), que namora uma chinesa. Mas Dario descobre, antes de embarcar, que seu pai morreu. Um dos motivos de sua viagem era pedir perdão pro sue pai. A família agora precsa decidir se cancelam o casamento e o bat mitzvá em respeito ao velório do pai.
Todo o elenco tem desmepenho excelente. É um filme "feeel good movie", transitando em drama, comedia e romance. A sequência do casamento lembra muito a confusão do episódio de "Relatos selvagens", até porque a atriz que interpreta a ex-esposa de Dario é Lorena Vega, que foi a noica do episódio.
O amor do mundo
"L'amour du monde", de Jenna Hasse (2023)
Vencedor da Menção Especial do Júri Internacional da Geração Kplus do Festival de Berlim como melhor filme em 2023, "O amor do mundo" é um filme minimalista, de emoções contidas, que me faz lembrar o cinema de Eric Rohmer, onde pequenos acontecimentos mundanos surgem na tela. Co-escrito e dirigido por Jena Hasse, que assim como sua protagonista Margaux (Clarisse Moussa), cresceu dividida entre duas culturas distintas. Margaux, 14 anos, ;e enviada para trabalhar nas férias do verão em um orfanato no Lago Genebra. Filha de pai português, Margaux vive as duas culturas. Ela conhece a irrequieta Juliette, 7 anos (Esin Demircan), que faz lembrar da inquietude da vida. Margaux também conhece o jovem pescador Joel (Marc Oosterhoff), que acaba de voltar da Indonésia, e por quem se apaixona e sente amor platônico.
O filme fala sobr eo amadurecimento de uma adolescente, que descobre o amor, a amizade e a dura relação com seu pai ausente. O ritmo é bem lento e o roteiro traz situações envolvendo um trio de personagens ausentes em suas vidas, desejando outras ambições. Os atores estão bem e a pequena Esin Demircan surpreende.
Uncontained
"Uncontained", de Morley Nelson (2025)
Quando você vê um filme escrito, dirigido e protagonizado pela mesma pessoa, ou se torna um filme incrível, ou um exercício de egolatria questionavel. "Uncontained" vai pra 2a opção. Morley Nelson é escritor e escrever o roteiro do videogame "Walking dead- instinto de sobrevivência", entre outros. "Uncontained" é seu filme de estréia como diretor. Ele é Dan, um homem que acorda do naa no meio da neve de uma região gelada das montanhas. Ele procura entender queme ele é, e memórias de uma mulher que lhe vêem à mente. Ele encontra uma casa onde duas crianças sozinhas moram: Brooke (Brooke Nelson), de dois anos, e seu irmão de sete, Jack (Jack Nelson). Jack carrega uma arma de dadrdos tranquilizantes e ele parece ter sido criado para defender a casa, que é equipada por tecnologia. Dan é recebido pelas crianças, e Jack pede que ele ajude a alimentar o sistema de energia do local. Um chefe da milícia local perambula pela região em busca de sua filha desaparecida. No meio de tudo isso, zumbis atacam na região.
Trama confusa e meio bizarra, com acontecimentos sem pé nem cabeça. Aparantemente existem dois tipos de infectados: os que viram zumbis, e os que se tornam indestrutíveis, mantendo sua característica humana. Poderia ter sido melhor, com atores mais talentosos e um ritmo mais dinâmico. O filme é mais focado nos humanos do que no ataque zumbi.
sábado, 7 de junho de 2025
Insiang
"Insiang", de Lino Brocka (1975)
1o filme das Filipinas a participar do Festival de Cannes, fato ocorrido em 1978, "Insiang" é escrito e dirigido por Lino Brocka, e é um poderoso drama realista totalmente filmado na favela de Tondo, periferia de Manilla. O filme foi adquirido pela Critterion Collection, um selo de filmes de arte.
A jovem Insiang (Hilda Koronel) mora com sua mãe, Tonya (Mona Lisa), e a família numerosa de seu pai, que fugiu com uma amante. Insiang é lavadeira e Tonya tem uma barraca no mercado de rua. Quando Tonya começa a namorar Dado (Ruel Vernal), um vagabundo muito mais jovem do que ela, ela expulsa toda a família do marido de sua casa, para que Dado se instale com tranquilidade, diexando apenas Insiang. Indignada, Insiang é estuprada por Dado, e sua mãe acredita que foi ela quem seduziu o amante. Insiang pede ajuda pro seu namorado, Bebot, mas tudo o que ele quer é fazer sexo com ela. Nesse mundo onde os homens são machistas e abusadores, Insiang decide que precisa se vingar de todos, inclusive de sua mãe.
O filme é um melodrama maravilhoso, mostrando uma relação mãe e filha, digna de grandes novelas mexicanas, mas com um tratamento estético impressionante, graças às locações reais, ao colorido da fotografia de Conrado Baltazar e da direção de arte de Campo Bazart. As duas atrizes são maravilhosas, expressando todas as emoções em cenas viscerais.
The severed sun
"The severed sun", de Dean Puckett (2024)
Terror folk inglês, na tradição de filmes como "A bruxa", de Robert Eggars. O filme é derivado do curta-metragem do mesmo roteirista e cineasta, Dean Puckett, "The sermon".
Em uma comunidade religiosa isolada (filmado em Bodmin Moor, Reino Unido), a jovem Maggpie (Emma Appleton), filha do pastor (Toby Stephens), foi obrigada a se casar com um homem abusivo. David (Lewis Gribben) é seu enteado, e Magpie tem um filho pequeno com o marido. Cansada de sofrer abusos, Magpie mata o marido na floresta, e durante o crime, ela vê uma figura monstruosa a observando ( a mesma figura representada no filme de Carlos Reygadas, "Post Tenebra Lux"). Uma das mulheres da igre,a Andrea, acredita que Magpie tenha matado o marido. Magpie alerta Andrea que seu marido abusa sexualmente da filha deles, mas ela não acredita. Outras mortes vão surgindo, e a presença da fera é uma dúvida sobre a vila: seria um demônio, ou Magpie a responsável?
Um filme interessante, prejudicada por muitos sub-plots ( tem um personagem religioso, John, que o pastor quer que se case com Magpie, mas ele é apaixonado por David; David e Magpie se tornam amantes). que acabam estendendo a trama e fazendo a personagem de Magpie ficar meio dúbia.
Teenage dreamers
"Ning Meng Ke Le", de Clifford Choi (1982)
Dramédia romântica teen produzida por Hong Kong, com um ainda jovem Leslie Cheung como um dos protagonistas (ator das obras-primas "Happy together", de WOng Kar Wai, e "Adeus, minha concumbina", de Chen Kaige). O filme apresenta Ting Ting (Elaine Chow), uma adolescente que estuda em uma high school com sua amiga Shan-Shan (Rowena Cortes). A sua classe é só de garotas. A professora anuncia que o rendimento de notas da turm ainteira é péssimo, e a única forma delas se salvarem é participando de uma atividade extra-classe, valendo nota, que é a montagem teatral de uma peça de teatro acadêmica. Todas se inscrevem. O diretor da peça, Jackson (Leslie Cheung), é um estudante que vai montar "Romeu e Julieta". Ele se escala como Romeu e cabe à Ting Ting o papel de Julieta. Ela, que nunca teve sentimentos de amor antes, se apaixona pelo professor.
Um filme divertido, repleto de números musicais, é um registro histórico e cultural de um país em mudança, e que ainda não trazia traços d movimento do Novo cinema taiwanês, e começaria em breve, trazndo temas mais reflexivos e existencialistas. É um filme pop, com um elenco divertido. A cena final, com a montagem de "Romeu e Julieta", é uma delícia.
Hurry up tomorrow: Além dos Holofotes
"Hurry up tomorrow", de Trey Edward Shults (2025)
Lançado como um projeto multimídia, que incluiu um album homônimo lançado em 2025, que inclui uma faixa, "São Paulo", cntado com Anitta, o filme "Hurry up tomorrow", dirigido por Trey Edward Shults ( dos excelentes "Hriska" e "The waves"), foi detonado pela crítica mundial. Visto como uma egotrip vazia e egocêntrica de seu astro The Weeknd (nome artístico de Abel Tesfaye), o argumento do filme foi inspirado em uma história real ocorrida com Abel: um incidente real em que The Weeknd perdeu a voz durante um show em setembro de 2022 no estádio SoFi, em Los Angeles. O filme explora os clichês vivenciados por astros pop: empresários arrogantes e ganaciosos; drogas, bebidas, mulheres, depressão, os excessos da fama, que vão de encontro a um vazio existencial. Tudo deflegrafo por uma ex-namorada que o largou (na voz de Riley Keough), Abel vai se fechando em uma profunda melancolia e falta de motivação, contrastado com a energia e exploração de seu empresário, Lee (Barry Keoghan). Uma fã, Anima (Jenna Ortega), que é na verdade uma metáfora sobre alguém que injeta literalmente ânimo na vida de Abel, inclusive vista como uma incendiária que bota "fogo". O roteiro é bem estranho e confuso, alternando com números musicais de seus shows.
As imagens e o trabalho da câmera são fantásticos. Mas infelizmente tudo a serviço de uma história óbvia e de narrativa fria, sem conexão com o público, talvez um fã mais exaltado.
sexta-feira, 6 de junho de 2025
Ingrid goes west
"Ingrid goes west", de Matt Spicer (2017)
Concorrendo em Sundance, "Ingrid goes west" é um trhiller que apresenta uma protagonista, Ingrid Thorburn (Aubrey Plaza), que stalkeia influencers de forma obsessiva pelo Instagram. Ela vai presa após agredir uma delas, por não ter sido convidada para seu casamento.
Após um período internada em uma clínica psiquiátrica, Ingrid descobre outra influenciadora, Taylor Sloane (Elisabeth Olsen), de Los Angeles . Usando o dinheiro que herdou após a morte da mãe, Ingrid viaja para Los Angeles. Ela aluga uma casa em Venice de Dan Pinto, um aspirante a roteirista, e decide fazer de tudo para stalkeiar e se tornar a maior das seguidoras de Taylor.
O filme segue a tradição de filmes como "O fã, obsessão cega", e outros sobre relação fã e artista. As atrizes estão ótimas, e o roteiro , mesmo sem grande ssurpresas, traz uma mensagem final bem debochada e crítica às redes sociais fúteis.
Frágil
"Fragiles", de Jaume Balagueró (2005)
Após o ótimo "Escuridão", terror com Ana Paquim e Lena Olim, o roteirista e cineasta espanhol Jaume Balagueró lança "Frágil", um terror sobrenatural que acontece quase todo dentro de um hospital infantil. Dois anos depoi,s, em 2007, Balagueró ficaria famoso no mundo inteiro com o clássico "Rec".
Calista Flockhart, protagonista da série "Ally Macbeal", é a enfermeira americana Amy, que vai trabalhar no turno da noite do hospital infantil Mercy Falls, localizado numa região afastada da cidade. O hospital está decandente e prestes a ser destaivado. No entanto, as crianças que estão ali intenadas, acreditam que viram um fantasma, que elas acreditam ser de uma criança chamada Charlotte. As crianças surgem com os ossos quebrados. O diretor do hospital, Robert (Richard Roxburgh, o Drácula de 'Van Helsing") não acredita na fantasia das crianças. Amy decsobre que o 2o andar do hospital, que esá desativado, em 1958, havia uma criança em uma cadeira de rodas que tinha uma doença que a deixava com os ossos quebrados. Ela decide subir e tentar entender o que está acontecendo.
Mesmo com um ritmo lento, o filme tem uma excelente atmosfera, graças à fotografia e à direção de arte. Os efeitos também são bons e funcionais. Calista surpreende no terror, mas o filme é do elenco infantil, principalmente da pequena Meggy *Yasmin Murphy), que tem um arco dramático bem triste. O filme não tem piedade com as crianças e as mostram sofrendo bastante nas mãos da fantasma.
O incidente no Nilo Hilton
"The Nile Hilton incident", de Tarik Saleh (2017)
Melhor filme no Festival de Sundance 2017, "O incidente no Nilo Hilton" é um excelente thriller noir egípcio, co-escrito e dirigido por Tarik Saleh. O filme é livremente inspirado em uma história real, sobre o assassinato de uma cantora libensa. Ambientado em 2011 no Cairo, durante a Revolução egípcia, o filme apresenta Noredin (Fares Fares, super star libanês que atualmente trabalha em Hollywood), um policial corrupto que foi colocado no posto por seu tio que trabalha na segurança do governo, igualmente corrupto. Ele investiga o assassinato de uma prostituta no luxuoso Nilo Hilton. Uma camareira senegalesa, Sawal ((Mari Malek)) testemunhou o assassino e ela procura se esconder, com medo de ser procurada pela polícia e pelos assassinos.
O filme trabalha com muitos temas, mas é impressionante o nível de corrupção em todos os níveis da sociedade, que se alimenta e funciona a base de propinas. A questão da imigração também é um plot importante, quando imigrantes acabam sendo pressionados pela polícia, correndo o risco de serem deportados. O elenco é formidável, assim como o valor de produção do filme, finalizando com uma imagem espetacular de manifestação nas ruas.
quinta-feira, 5 de junho de 2025
Separados pelas estrelas
"I Byeol-e Pil-yohan", de Han Ji-won (2025)
Que lindo anime sul coreano, chorei horrores no final. "Separados pelas estrelas" é um romance, daqueles bem à moda antiga, onde o público se apaixona e torce pelo casal, e também é uma ficção científica, no estilo de "Perdido em Marte", que deve ter sido uma das inspirações. E de quebra, ainda traz um lindo número musical com uma canção K pop.
Quando a aspirante a astronauta Nan-young Joo é reprovada em um teste psicológico, ela é excluída da lista de convocados para a próxima expedição da NASA a Marte. Retornando à Coreia para continuar a pesquisa sobre seu Detector de Formas de Vida experimental, ela se envolve com Jay, um técnico de conserto de equipamentos de áudio e músico amador. À medida que o relacionamento deles floresce, eles precisam lidar com a inevitável separação através do vasto abismo espacial quando Nan-young recebe novamente a oferta de um lugar na perigosa expedição.
Tudo no filme é encantador. O roteiro, que traz diversos gêneros, e o enorme carisma dos protagonistas. A menção ao guarda chuva do pai, conectado a Jay, é emocionante. Todo o ato final é bem dinâmico e tenso, embalado por uma canção que emoldura o amor do casal.
Vestida de azul
"Vestida de azul", de Antonio Giménez Rico (1983)
Documentário LGBTQIAP+ espanhol, considerado perdio e recuperado em 2022. O filme foi lançado em 1983 e apresenta um encontro entre 6 mulheres trans no Palácio de Cristal, em Madri: Loren, Renée, Eva, Tamara, Nacha e Josette. Elas surgem belas, elegantes e discretas, tomando um chá da tarde. Elas abrem suas intimidades e revelam histórias sobre como se descobriram mulheres; cirurgias; transfobia na família; Hiv ( na época, a aids estava no auge. 4 delas viriam a falecer de Hiv nos anos 90 ) e como sobreviveram na ditadura de Franco, perseguidas constantemente pela polícia.
O diretor falou sobre sua ideia inicial de fazer um filme sobre mulheres transgênero que eram advogadas ou que ocupassem cargos importantes na sociedade. Ele descobriu que a maioria das mulheres trans eram forçadas a seguir uma de três carreiras: cabeleireira, artista ou prostituta. Todas as 6 entrevistdas trabalham com o sexo para sobreviver. O filme acompanha cada uma delas isoladamente em suas vidas privadas. Existe uma cena explícita de cirurgia de colocação de silicone nos seios. Em um dos momentos mais divertidos do filme, uma delas recebe um telefonema de um cliente, que entre outras coisas, lhe pergunta que tipo de sreviço ela faz e qual o valor. Ela diz que sua massagem é estilo grega. O cliente pergunta o que é e ela responde: é anal com sexo. Ela diz todos os tipos de massagem. A inglesa envolve SM. O cliente pergunta o valor, e pergunta se levar um amigo, ela faz desconto. A trans diz que ela não é "o corte inglês- famosa loja de depatos) e que não faz desconto. Assistindo ao filme, é natural descobrir de onde Almodovar retirou boa parte de sua malícia e diversão, retratando a strans em seus filmes. Elas são hilárias, e mesmo retratando tragédias, conseguem relatar com humor.
Coração Arruinado: Outra História de Amor Entre um Criminoso e uma Prostituta
"Ruined Heart: Another Lovestory Between a Criminal & a Whore", de Khavn (2014)
Fotografado pelo australiano Christopher Doyle, o fotógrafo de diversas obras primas de Wong Kar Wai, "Ruined heart" é uma co-produção Filipinas e Alemanha e traz uma embalagem muito ousada: sem diálogos, o filme é narrado através de músicas, mas não é um musical. É um drama, romance, filme de ação e de mafiosos. É ua história simples: um assassino de aluguel (Tadanobu Asano) se apaixona por uma prostituta latina (Nathalia Acevedo). O ambiente em que vivem é das favelas d aperifera de Manilla, capital do país. As imagens são totalmente estilizadas e lindamente coreografadas na camera na mão.
É difícil conceituar o filme. A dica é se entregar ao belo mise en scene, à fotografia neon e pop e aos rostos do belo elenco principal. As locações da favela são registrada com cores bastante saturadas.
Amor à primeira vista
"Falling in love", de Ulu Grosbard (1984)
Que peça teatral formidável esse filme daria, com 4 ou 5 atores em cena. O filme fala sobre traição no casamento, mas sem julgamentos. É um filme lindo, um romance para torcer, se apaixonar...pelos amantes!!! Meryl Streep faria anos depois "As pontes de MAdison", que tem um tema parecido, mas um desfecho inversamente diferente, e desolador. O final aqui é apaixonante, e me lembrou o final de "Um homem, uma mulher", de Claude Lelouch.
Ter Meryl Streep e Robert de Niro em um filme, já é um mega acontecimento. Acrescente Hervey Keitel e Dianne Wiest e terá um filme poderoso, sob uma direção elegante de Ulu Grosbard. O filme acontece durante 1 ano, entre um Natal e o outro Natal, na cidade de Nova York. Meryl Streep venceu o prêmio de melhor atriz no David de Donatello italiano, por seu retrato melancólico de uma mulher dividida.
Frank Raftis (Robert De Niro) é um engenheiro arquitetônico que mora em Westchester, Nova York, com sua esposa Ann (Jane Kaczmarek) e seus dois filhos pequenos. Molly Gilmore (Meryl Streep) é uma artista gráfica que mora no mesmo subúrbio, com seu marido Brian (David Clennon), um . O pai de Molly está internado e ela se ocupa parte do seu tempo estando próxima a seu pai.
Na véspera de Natal ambos pegam um tream até Manhattan, para compras de última hora. Na livraria, eles se trombam e acabam trocado os livros sem querer. Três meses depois do Natal, Frank e Molly se reencontram no trem. Eles se reconhecem e daí, todos os dias, se encontram no trem, descobrindo um pouco de cada um. Eles sabem que ambos são casados, mas isso não impede que uma chama se acenda sobre eles.
Fico tentando imaginar o que é fazer um filme com dois monstros sagrados do cinema em um trem em funcionamento, durante diversos dias de filmagem, e também na estação d etrem central de NY. O filme foi muito criticado na época, mas vale uma revisão. Sim, é um melodrama, mas certamente, os corações irão se apaixonar por esse casal. Uma boa polêmica.
quarta-feira, 4 de junho de 2025
Murmúrio da juventude
"Mei li zai chang ge", de Cheng Sheng Lin (1997)
Concorrendo em Cannes na mostra Quinzena dos realizadores de 1997, "Murmúrio da juventude"é um clássico do chamado "Noco cinema taiwanês", um movimento cinematográfico surgido nos anos 80. É um cinema naturalista, que refelete a mudança do comportamento dos personagens diante de um país em avanço para o capitalismo. São filme de narrativas frias, distanciadas e apresentam um momento de transformaçao dos protagonistas de forma bastante minimalista. Desse cinema, surgiram grandes cineastas, como Edward Yang, Hou Shiao Hsen e Tsai Mih Liang.
Em Tapei, a adolescente Mei-li Chen mora com sua enorme família no subúrbio. Sua avó está doente e constantemente diz que irá morrer. Seus pais cobram de Mei Li vivem criticando a jovem. Ela abandona a faculdade quando decsobre que o garoto que els estava a fim, começou a namorar uma garota. Mei Li vai trabalhar como bilheteira em um cinema e lá fica amiga de Mei Li, uma garota com o mesmo nome que o dela. Entre as duas, muitas intimidades reveladas, e a percepção de que algo surge entre elas.
O filme tem um ritmo extremamente lento e muito pouca coisa de fato acontece, É uma narrativa minimalista, mostrando vias mundanas. A descoberta da homossexuaidade é mostrada de forma bem discreta, e bela. Um filme sobre amadurecimento e sobre percepções da vida e do mundo ao redor.
Stolen
"Stolen", de Karan Tejpal (2023)
Filme de estréia do diretor e roteirista indiano Karan Tejpal, "Stolen" é baseado em trágica história real: Em 2018, dois homens, injustamente acusados de serem sequestradores de crianças, foram espancados até a morte por uma multidão em Assam. O filme traz um roteiro repleto de plot twists, que deixam em aberto a índole de diversos personagens. Além disso, tem cenas de ação especatulares que certamente tiveram como inspiração "Filhos da esperança", de Afonso Cuarón, mais especificamente a famosa cena do carro com a câmera toda interna e uma multidão tentando avançar neles. Essa cena é repetida aqui, com um plansequência dentro do carro e um linchamento acontecendo do lado de fora. É tenso e muito bem dirigido.
Dois irmãos, Raman (Shubham Vardhan) e Gautam (Abhishek Banerjee) se encontram na estação de trem, à caminho do casamento da mãe deles. Mas Raman é acusado por um mulher, Jhumpa (Mia Maelzer), de ter sequestrado sua bebê. Após a polícia esclarecer que os irmãos não tinham nada a ver com o sequestro da mulher, Gautam decide ajudar a mulher a localizar seu bebê. Raman discorda e pede para que sigam ao casamento. Gautan convence Raman e eles, junto de Jumpha, seguem até uma pista.
Fazia tempo que eu não ficava tão angustiado com cenas como nesse filme. São cenas aterrorizantes, onde vemos inocentes sendo massacrados. É muito tenso e o público fica torcendo o tempo todo para que nada de mal aocnteça aos irmãos. Novamente, as cenas de ação são impressionnates. Um trunfo de performances tanto do elenco, quanto da figuração.
The death that awaits
"The death that awaits", de Richard J. Lee (2024)
Um terror indie, que parece mais próximo à saga "Crepúsculo" ao trazer uma trama sobre vampiros. Cassie (Katya Martín) é uma mulher que vai trabalhar na casa de uma família que mora afastada. Ela descobre que irá cuidar de Nina (Megan Lawless), uma jovem de 19 anos que tem tido terrores noturnos. Um médico cuida de Nina fazendo experimentos com ela. Nina se mostra arredia à presença de Cassie, mas as mulheres aos poucos se tornam amigas e decsobrem as reais intenções do médico e dos familiares.
"The death that awaits" foi escrito por uma mulher, Rachel Kiley, e isso explica muito da sororidade que é apresentada na trama. Os homesn são vistos como misógenos, abusadores e estúpidos. Tivesse 20 minutos a menos e um ritmo mais dinâmico, o filme teria sido bem mais interessante.
Faça ela voltar
"Bring her back", de Danny Philippou e Michael Philippou (2025)
Dirigido pelos mesmos cineastas do sucesso de terror "Fala comigo", os irmãos australianos Danny Philippou e Michael Philippou, "Faça ela voltar" é muito superior ao filme anterior. Produzido pela A24, muito do sucesso vem do excelente e inusitado elenco. Sally Hawkins (2 vezes indicada ao Oscar de atrz, é a vilã da vez. O cinema de terror entendeu que escalar um ator de ponta faz toda a diferença no resultado de seus filmes. Foi assim com Toni Colette em 'Hereditário", "Hugh Grant em "Herege" e agora com Sally Hawkins, assustadora e absurdamente aterrorizante como Laura, uma mãe solitária que sofre de luto pela morte de suaa filha adolescente Cathy, que morreu adogada na piscina. Ela decide adotar dois meio irmãos órfãos, Piper (Sora Wong, 11 anos) e Andy (Billy Barratt), 17 anos. Piper sofre de uma condição chamada coloboma e microftalmia, que a deixaram com visão limitada ( a atriz Sara Wong é portadora da doença e foi escalada após sua mãe ler um an;uncio de audição para o filme no Facebook).
Assim que chegam na casa de Laura, Andy percebe que a mulher o ignora e suas atenções são todas para Piper. Andy circula na casa e observa um menino no andar de cime,a trancado Oliver (Jonah Wren Phillips, a figura mais assustadora dos últimos filmes de terror). Laura vai criando um atrito entre os irmãos, para deixar Piper isolada.
O filme tem cenas angustiantes, a maioria enovlvendo Oliver. O elenco é a grande força do filme. Todos os 4 principais estão ótimos. Mesmo eu tendo gostado do filme, tenho que confessar que odiei a morte de um determinado personagem, fiquei muito irritado. Os efeitos de maquiagem são incríveis e assustadores.
Colegas de classe
"Doukyuusei", de Shôko Nakamura (2015)
Um anime Yaoi, que são histórias romanticas focadas no amor entre os jovens protagonistas masculinos. Também chamado de BL (boy lovers), podem variar entre filmes mais picantes e eróticos ou apenas românticos, que é o caso desse "Colega de classes".
O filme tem uma narrativa simples. Em uma high school apenas de rapazes, os alunos estão ensaiando com o professor de música para um concurso de coral. O tímido Licht Sajo, o aluno mais inteligente da turma, não consegue acompanhar. O guitarrista de uma banda de rock, Hikaru Kusakabe, decide ajudá-lo. Durante os ensaios e passeios do dois, surge uma atração mútua. mas Licht não está preparado para assumir sua sexualidade.
A história se passa por elipse d etempo, cobrindo as 4 estações do ano. Não curti muito o roteiro, mas tem uma cena primorosa que fez valer assistir ao filme> o professor de música, um homem mais velho, seduz e avança sexualmente sobre Sajo. Hikaru surge na sala e bate no professor, fugindo com Sajo. É uma cena divertida e ousada, que me divertiu bastante.
Man push cart
"Man push cart", de Ramin Bahrani (2005)
Concorrendo no Festival de Veneza na mostra Orizontti, o filme de estréia do cineasta iraniano americano Ramin Bahrani é um retrato melancólico e terrivelmente desolador de um imigrane paquistanês em Nova York, sobrevivendo na dura e cruel rotina diária da cidade. A idéia para escrever o filme veio logo após o 11 de setembr, quando imigrantes do oriente médio sofriam xenofobia dos americanos, que os viam como terroristas. Bahrani humaniza a vida de seu protagonista, o jovem Ahmad (Ahmad Razvi. Proveniente do Paquistão, onde era um cantor de grande sucesso, Ahmad veio para os Estados Unidos por conta do sonho de sua esposa em querer morar no país. Ahmad abandona todo o sucesso para fazer acontecer a esperança de um futuro melhor para sua esposa. Mas ela faleceu recentemente, e Ahmad perde a guarda do filho para a sua sogra. O seu único sustento é um barraca móvel, ond evende café e bagels. Todo dia, ele acorda as 3 da manhã e busca o carrinho no depósito e vai trabalhar na rua. Ele conhece uma jovem espanhola, que trabalha em uma banda de jornal mas não consegue se relacionar com ela. Um paquistanês que é seu cliente reconhece Ahmad pelo seu passao e procura ajudá-lo a se levantar novamente.
O filme foi adquirido pela Criterion collection, dedicado a filmes artísticos. A narrativa segue toda a cartilha de um documentário ficional. Ahmad Tazvi é um não ator. Ele mesmo havia trabalhado em um carrinho nas ruas de NY. O filme é muito angustiante, tudo dá errado na vida de Ahmad, parece que o roteirista o odeia. É um belo retrato de uma pessoa invisível, mas não recomendo para quem estiver deprimido.
terça-feira, 3 de junho de 2025
O meu lugar é aqui
"Il mio posto è qui ", de Cristiano Bortone e Daniela Porto(2024)
Drama italiano lgbtqiap+ e feminista, vencedor de mais de 20 prêmios internacionais, "O meu lugar é aqui" é dirigido por Cristiano Bortone, do excelente "Vermelho é o céu", e co-dirigido e escrito por sua esposa, que escreveu o livro, adaptado por Bortone e Porto.
Nos anos 40, na Itália fascista, em uma região rural, Marta (Ludovica Martino) tem uma gravidez indesejada e é abandonada pelo namorado. Criando seu filho sozinha, ela recebe uma oferta: de se casar com um fazendeiro mais velho. Ela conhece o cerimonialista Lorenzo (Marco Leonardi, de "Cinema Paradiso"), um gay assumido que sofre preconceito da sociedade. Ele enxerga nela tudo o que ele queria poder ter: força de poder lutar por um ideal, ainda jovem. Lorenzo decide ajudar Marta a se empoderar. Ele descobre que ela sonha em ser uma escritora e faz de tudo para ajudá-la. Aos poucos, Marta entende o sue lugar na sociedade, e sua força como mulher, em uma época que antece o início do sufrágio pelo voto feminino.
Para quem viu "Vermelho é o céu", sabe que o diretor gosta de comover sue público com cenas emocionantes que fará o público chorar. O Desfecho certamnete é o momento mais sensível e lacrimogêneo. Marco Leonardi está em seu melhor papel: comedido, repleto de camadas, astuto e carismático.
Pontypool- Pesadelo zumbi
"Pontypool", de Bruce McDonald (2008)
Terror indie adaptado do romance de Tony Burguess, escrito em 1995, "Pontypool" é um filme de zumbis que traz uma premissa muito bizarra: as pessoas se infectam por conta da linguística, ao falarem determinadas palavras em inglês, elas passam por 3 estágios: 1) passam a repetir a mesma palavra 2 ) falam frases desconexas 3) precisam encontrar uma vítima para trocar as mesmas frases desconexas, caso contrário, o infectado se suicida.
O filme todo se passa em um único ambiente: uma estação de rádio em Pontypool, cidade pequena no Canadá. Um radialista, Grant Mazzy, traz música e informações da cidade. Sidney é a produtora da rádio e Laurel-Ann Drummond, a assistente da rádio. Em um dia comum, eles ouvem o correspondente da rua falar sobre pessoas estressadas querendo invadir o conultório do Dr Mendez. Aos poucos, as pessoas se mostram infectadas e vão atacando e matando as outras pessoas. Os 3 da estacão de rádio procuram entender o que acontece no mundo externo, até que zumbis chegam até o prédio.
A idéia da história veio por conta da famosa transmissão de rádio que Orson Welles deu sobre uma invasão alienígena. Em "Pontypool", tudo o que sabemos d ainvasão zumbi é apenas dita na rádio, como uma radio novela. Para que essa estrutura funcione, é fundamental ter bons atores e boas vozes narrando em off, e isos o filme tem. O elenco é todo de rostos desconhecidos, o que confere um tom mais assustador. Os efeitos de zumbis são bons para um projeto indie.
Abduct
"Abduct", de Chris Riggi (2025)
Quando você une um grupo de amigos para fazer um filme indie, você pode percorrer diverss caminhos. 'Abduct" decidiu ir pelo caminho da estranheza...ele começa como drama, caminha pela ficção cinetífica, beira o suspense..o trhiller... mas no final, você vai entender que essa equipe e elenco só queriam se divertir, e tudo pode ser visto como uma divertida comédia inusitada, quase beirando o trash, mas ainda assim, sem noção e desastradamente divertida.
O poster vende um filme amador, e ele é, Os atores são ok. O diretor, Chris Rigg, é co-diretor e também um dos atores. O outro co-roteirista, Ken Kirby, tammbém interpreta um personagem, Chris, namorado de Emma (Nicole Sun). A dupla passa um final de semana em uma cabana com 3 amigos. Durante a noite, Chris observa uma luz verde na floresta. Acreditando se tratar de pegadinha, ele vai atrás..até que desaparece. Sua namorada e os amigos ficam desesperados e vão até uma dupla de policiais atrapalhados. mas Chris retorna..só que no corpo de outra pessoa (Chris Rigii, o diretor).
Os amigos roteiristas e atores devem ter achado o maior barato trocarem de corpo no mesmo papel. Essa zoação está como pano de fundo em um filme que traz uma mudança de gênero no meio. O filme, sim, é tosco, mas vale, pela grande bizarrice que é.
segunda-feira, 2 de junho de 2025
Toothbrush
"Toothbrush", de Shaun Kitchener (2024)
Premiado drama Lgbtqiap+ inglês, ""Toothbrush" é uma linda, romântica e divertida história sobre dois ex-namorados, mas que se unem novamente por conta de uma escova de dentes. Liam (Jack Armstrong) está na festa de despedida de solteiro de um grupo de amigos. Liam bebe bastante. No caminho, ele perde tudo: carteira, chaves. Ele decide bater na porta de seu ex, Will (Alexander Mushore), que se supreende por Liam caminhar de tão longe na alta hora da noite. Liam pede ajuda para ficar na casa de Will até amanhecer. Liam descobre 2 coisas: que Will não está mais no relacionamento com George eque ele está com um peguete na casa, que acaba indo embora. Will acaba deixando Liam dormir na sala, no sofá. Will faz a pergunta decisiva: "Qual a verdadeira intenção de Liam em ir na sua casa?". Quando Will vai pegar as escovas de dente de Liam que havia ficado guardada, memórias do casal vêem à tona.
Uma fofura de filme, com dois ótimos atores e que se estendida, pode até render uma peça de teatro de sucesso.
O esquema fenício
"The phoenician squeme", de Wes Anderson (2025)
Eu fui assistir "O esquema fenício" com um pé atrás, pois todo mundo dizia que era o mais do mesmo. ë o filme mais non sense e divertido de Anderson, e para mim, o melhor desde o maravilhoso "A ilha dos cães", de 2018. Pela 1a vez, Anderson trabalha sme o seu fotógrafo que lhe deu a sua identidade visual, Robert D. Yoman e trabalha com Bruno Delbonnel, de "Amelie Poulain", e que seguiu a cartilha em todos os detalhes. O elenco, acrescido dos novatos Michael Cera, Riz Ahmed e Mia Threapleton, traz toda a trupe estelar com quem ele tem trabalhado ultimamente, alguns até fazendo figuração: Benicio Del Toro, Tom Hanks, Bryan Cranston, Scarlett Johansson, Jeffrey Wright, Richard Ayoade, Mathieu Amalric, Willem Dafoe, F. Murray Abraham, Charlotte Gainsbourg, Bill Murray e Benedict Cumberbatch. A trama, como não poderia deixar de ser, é maluca e muitas vezes, confusa:
Zsa-zsa Korda (Benicio del Toro), um bilionário que sofre constantes atentados por parte de inimigos misteriosos e que dedica seus dias a um grande projeto que considera seu legado, nomeia como herdeira e colaboradora a única mulher entre seus dez filhos: Liesl (Mia Threapleton, filha de Kate Winslet). Acontece que Liest é uma freira e é retirada do convento para ajudar seu pai. Bjorn (Michael Cera) é contratado para ser o secretário de Zsa Zsa. Juntos, eles seguem um esquema: Zsa Zsa guarda caixas de sapato, e cada uma delas direciona o trio para encontrar familiares que estão de certa forma, financeiramente relacionados ao projeto.
O filme enche os olhos do início ao fim: tanto na footgrafia, quanto na impressionante direção de arte. O humor aqui é mais escrachado, com cenas investindo inclusive no pastelão. O elenco em uníssono encontra o tom para dar vida a personagens excêntricos.
Sapatos vermelhos
'Zapatos rojos", de Carlos Eichelmann Kaiser (2022)
Concorrendo no Festival de Veneza em 2022, "Sapatos vermelhos" é um drama que traz uma triste realidade: o feminicídio no México, uma violência tão recorrente quanto assassinatos por tráfico e guerra entre gangues. Don Tacho (Eustacio Ascacio, espetacular, e ator não profissional) é um idoso que mora sozinho em suas terras na cidade de Cohahuilense, região pobre na área rural do país. Ele vive de subsistência. Um dia, ele decsobre que sua filha única, que ele expulsou de casa ao flagrá-la fazendo sexo, foi assassinada. Tacho viaja até a cidade de Mexico, e lá, ele sofre todo o tipo de violência de uma pessoa que não está habituada à cidade grande. Ele conhece Damiana (Natalia Solián), uma jovem prostituta, amiga de sua filha. Ela o ajuda a recuperar o corpo dela e enterrar, mas para isso, Tacho deverá passar por uma verdadeira via crucis burocrática. E tudo o que ele mais quer, é enterrar a filha com os sapatos vermelhos que ela tanto queria.
Um filme que mescla ficção e documental, "Sapatos vermelhos" é filmado lindamente, com muita sensibilidae, e assim como "Nomadland", mostra um país desolador. As performances dos dois atores principais é comovente, e em um plano sequênciaa final, sem cortes, quando ambos abrem o coração e revelam seu passado traumático, é de cortar o coração.
30 dias de noite
"30 days of night", de David Slade (2007)
Assisti a esse filme quando foi lançado nos cinemas em 2007. Na época não havia gostado muito. MAs decidi rever e mudei toda minha opinião. O filme é excelente, e poderia facilmente ser relançado nos cinemas: as atuações são ótimas ( Josh Hartnett e Melissa George estão incríveis), os efeitos são muito críveis; a make dos vampiros é assustadora, saindo daquela leva de vampiros românticos e galãs; a fotografia espetacular de Jo Willems , dificílima, pois o filme todo é noturno, com locações na Nova Zelândia gélida e branca de neve com manchas de sangue; a direção de David Slade, que havia surgido no cinema com o cult "Menina.ma.com", e cria muita atmosfera de terror; e finalmente, o roteiro, adaptado dos quadrinhos de Steve Niles.
O filme se passa em Barrows, a cidade mais ao norte do Alaska, onde durante o inverno, a noite dura 30 dias. Parte da população viaja para outros lugares, mas os que ficam, estão acostumados com a escuridão total. Entre eles, o sherife Eben (Josh Hartnett) e seu auxiliar, Billy. Stella Oleson (Melissa George), ex-esposa de Eben, sofre um acidente e nã consegue embarcar, sendo obrigada a ficar na cidade. O irmãos mais novo de Eben, Jake, e sua avó, Helen, o ajudam na delegacia. Um navio aporta e ali, está uma horda de vampiros, liderada por Marlow (Danny Huston). Eles contam com a ajuda de um humano (Ben Foster), que deseja se tornar vampiro. A cidade toda é massacrada, restando um grupo de sobreviventes, que precisa se manter vivo até o final da 30a noite.
A cena final é dos momentos mais comoventes e sublimes que voc6e irá assistir em um filme de terror, quando romance e drama se misturam de forma arrebatadora.
Felicidades
"Felicidades", de Lucho Bender (2000)
Premiado drama argentino co-escrito e dirigido por Lucho Bender, "Felicidades"foi indicado pelo país à uma vaga ao Oscar de filme internacioal nos anos 2000. O filme segue a tradição do cinema americano de pegar datas festivas e fazer dela um filme mural com diversos personagens se entrecruzando, como em "Noite de ano novo". O filme se passa na véspera de Natal, dia 24 de dezembro. São personagens e histórias bastante melancólicas, que falam sobre amores partidos, solidão, morte, compaixão. Logo no início, em uma festa de empresa, um cantor surge em uma iusitada cena onde ele canta "I will survive" em espanhol, um mmento que lembra bastnate a cena de casamento de "Relatos selvagens". O cinema argentino ama apresentar pessoas em situações patéticas e constrangedoras. Juan Sikora (Luis Machín) está na festa, e precisa atravessar a cidade para ir atrás de uma mulher e passar a noite com ela. Mas os táxis não se encontram disponiveis. Luis aceita a carona de um dos animadores da festa. O ciurgião Rodolfo Plataña (Pablo Cedrón) está triste pois perdeu um paciente. Na rua, ele encontra um cadeirante que lhe pede ajuda para levá-lo até a sua casa. Julio Debiasi (Gastón Pauls) é um dentista que após o trabalho, precisa comprar um brinquedo para o seu filho. O brinquedo está esgotado, e ele precisa encontrar em algum lugar, de qualquer jeito.
O filme, apesar de tantas histórias, tem um ritmo arrastado. A fotografia é bastante escura, considerando que o filme é praticamente noturno. Faltou uma abraçada mais alíivo cômico que os americanos fazem com o sib-gênero "feel good movie".
domingo, 1 de junho de 2025
The Blair witch documentary
"The Blair witch documentary", de Jed Shepherd (2025)
Documentário que apresenta ao público todo o processo de como foi concebido e filmado o famoso filme de terror "A bruxa de Blair", que mudou a cara de Hollywood ao trazer o conceito do found footage ( que já havia sido explorado em filmes como o cult "Canibal Holocausto", com a mesma premissa de que a equipe de filmagem desapareceu e que a polícia encontrou o filme perdido). O filme tem um vasto material e uma duração de 2hrs e meia. O mais incrível é que os proprios cineastas se filmaram durante todo o processo, de um filme que começou a ser pensado em 94. Mas o que mais senti falta, e isso me deixou bastante frustrado, foi não terem entrevistado os 3 atores do filme. Dizem que o elenco ficou muito revoltado com os diretores e produtores do filme, por motivos finnaceiros ( eles não receberam lucros do mega sucesso do filme) e por terem sido maltratados durante todo o processo de filmagem, que é revelado no documentário.
O longa foi rodado em 97, na cidade de Burkstville, Maryland. A idéia do filme veio quando os dois amigos, os diretores Daniel Myrick e Eduardo Sánchez, assistiram ao filme "A hora do pesadelo 6" e constataram que não se fazia mais bons filmes de terror. Decidiram partir para uma história baseada no conceito narrativo da série de tv "In search of extraterrestrial", onde uma equipe saía pelo mundo, em linguagem documental, em busca de vestígios. Bancado pelos diretores e por pequenos investidores, deram início às audições em LA, NY e Orlando. Ficou claro nos testes que só poderia fazer o teste quem estivesse acostumado a estar em florestas de noite, no frio, sem conforto, e que era um filme de terror. A orientação também é que, assim que entrassem na sala do teste, entrassem no personagem e não podiam sair dele. Essa é a melhor parte do filme. Daí em diante, os diretores explicam a parte d aviralização na internet, quando decidiram enganar a todos de que a equipe de filmagem desapareceu e que o filme foi encontrado. Os atores não podiam aparecer em redes sociais. O longa foi rodado em 8 dias. Os diretores proibiram os atores de saírem dos personagens, de tomar banho, de trocar de roupa. Várias vezes, os diretores criaram situações para provocar medo no elenco, sem que eles soubessem. É um filme muito bom para quem trabalha com audiovisual, para entender que muito do hype de um filme depende de muitos fatores, incluindo, da sorte e das boas idéias.
Fora do jogo
"Afsaid", de Jafar Panahi (2006)
Escrito e dirigido por Jafar Panahi, "Fora do jogo" é um drama iraniano que ganhou o Grande prêmio do juri no Festival de Berlim em 2006. Com a conhecida narrativa que mistura ficção e documentário, Panahi começa o filme contextualizando o espectador: No Irã, as mulheres são banidas de eventos esportivos nos estádios. A maior parte das filmagens aconteceram em 2005 quando o Irã derrotou Bahrain para entrar nas eliminatórias da Copa do mundo. A idéia do filme surgiu Panahi recebeu a tarefa de cobrir um jogo de futebol anos atrás. Sua filha adolescente implorou para acompanhá-lo, mas ele disse que ela não tinha permissão para entrar no estádio. Ela lhe contou mais tarde que conseguiu entrar no estádio. Quando ele perguntou como, ela respondeu: "Sempre há um jeito".
Um pai está tentando encontrar a sua filha, que foi disfarçada de homem para entrar no estádio. Temendo que ela seja punida pelas autoridades, o homem pede ajuda. Enquanto isso, uma adolescente vai disfarçada de homem e tenta entrar no estádio. ela acaba sendo reconhecida por um guarda, que a leva até um cercado, onde outras 4 meninas disfarçadas também estão presas. Elas tentam convencer os guardas de liberá-las, sem sucesso. Até que uma delas pede para ir ao banheiro, mas só há o masculino.
O filme traz, através do pano de fundo esportivo, uma poderosa crítica à sociedade patriarcal e milenar de Irã, que considera a mulher como 2o plano, sem direitos igualitários aos dos homens. Na cena do banheiro, o guarda pega um poster com o rosto de um jogador e pede para a garota colocar no rosto, como se fosse uma máscara, para que ela não seja reconhecida como mulher. Elas são exploradas financeiramente, agredidas, mas o amor pelo futebol as fazem continuar na sua luta.
Star 80
"Star 80", de Bob Fosse (1983)
A angústia que o final desse filme me traz me lembra o desfecho de "À procura de Mr Goodbar", com Diane Keaton. Mulheres que ousaram ser livres e independentes e fora cruelmente assassinadas pelos seus amantes misógenos, machistas e violentos.
Último filme dirigido pelo mestre Bob Fosse, autor das obras-primas "Cabaret", "Charity, meu amor" e "All that jazz", que havia acabado de ganhar a Palma de ouro em Cannes em 1980, dividido com "Kagemusha", de Kurosawa.
"Star 80" é a dramatização da história real de playmate Dorothy Stratten (Mariel Hemingway), assassinada aos 20 anos de idade pelo seu ex-marido Paul Snider (Eric Roberts), em 1980. Dorothy trabalhava em uma lanchonete como atendente, até que conheceu Paul, um malandro sedutor. Logo depois se casaram. Paul acredita no potencial de Dorothy e tira fotos dela, que acabam sendo compradas pela Plyboy. Dorothy se torna capa da revista em agosto de 79 e logo, a capa do ano. Mas a fama de Dorothy vai consumindo Paul, que fica com ciúmes e a proíbe de eventos sociais, até que ela decide se separar dele e passa a se relacionar com o cineasta Aram Nicholas (Roger Rees, na vida real, o cineasta Peter Bogdanovich era o namorado de Dorothy)
A atriz Carrol Baker, de "Baby doll", de Elia Kazan, interpreta a mãe de Dorothy, e Cliff Robertson, o dono da Playboy, Hugh Heffner. A fotografia é do mestre Sven Nykvist, fotógrafo de Ingmar Bergman. As performances de Eric Roberts e de MAriel são primorosas, e viscerais. É um filme doloros, e muito arrebatador acompanhar toda a tragédia de Dorothy. não é um filme fácil de se assistir.
sábado, 31 de maio de 2025
When the lights breaks
"Ljósbrot", de Rúnar Rúnarsson (2024)
Diretor islandês do excelente drama sobre terceira idade "Volcano", Rúnar Rúnarsson ganhou mais de 20 prêmios, incluindo concorreu no Festival de Cannes na mostra un certain regard. Assim como falou da morte na velhice, Runar parte para o mesmo tema, porém com a juventude, deixando claro na sua mensagem que a morte paira sobre todos e está sempre por um fio.
O filme abre com um jovem casal de estudantes na praia, ao por do sol: o rapaz, Diddi (Baldur Einarsson) e a garota, Una ((Elín Hall), uma garota andrógena de cabelo raspado. Eles vão para casa e fazem sexo. Descobrimos que Diddi namora Klara (Katla Njalsdottir) e que Una é sua amante. Diddi promete contar para Klara a verdade e que irá se separar dela. Um acidente acontece em um túnel e diversos passageiros em carros passeio morrem em uma explosao. Diddi estava em um dos carros. Os amigos aguardam no hospital para saber o estado de Diddi. Klara chega, desesperada, e todos a confortam. Una, a amante que ninguém sabe que namorava Diddi, se sente solitária e sem poder externalizar a sua dor e mágoas. Até que Diddi morre, e Klara encontra em Una o afeto que precisava.
O filme faz uma homenagem a Bergman em 2 momentos: quando Una diz que adoraria conhecer a Ilha de Faro (Ilha na Suécia onde Bergman morou). E em uma cena onde pelo reflexo do vidro, as imagens de Una e Klara se unem em uma só, referência a "Persona". É um bom filme, com excelente elenco de jovens atores. O ritmo é lento, planos longos e contemplativos, com uma fotografia estonteante.
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