quinta-feira, 12 de junho de 2025
Quem éramos nós
"Watakushidomo.wa", de Tetsuya Tomina (2024)
"Quem éramos nós" faz lembrar muito o cinema da cineasta japonesa Naomi Kawase, de quem não sou muito fã. É um cinema etéreo, metafísico, ambientado na natureza, onde persnagens discorrem sobre vida e morte, em ritmo muito lento e contemplativo.
O filme se passa na Ilha de Sado, famosa por suas minas, que são atração turística nos dias de hoje. Durante o período Edo (1603-1868), o xogunato Tokugawa, no poder, enviava criminosos e indigentes para a Ilha de Sado e os forçava a trabalhar nas minas — muitas vezes, até a morte. Na Ilha de Sado, Kii trabalha como faxineira em uma mina de ouro. Um dia, ela encontra uma mulher desmaiada nas instalações e a leva para sua casa. A mulher não se lembra de seu passado nem mesmo de seu nome. A mulher é chamada de Midori pelas outras duas garotas que vivem com Kii. Kii obtém permissão do diretor para Midori trabalhar como faxineira na mina. Um dia, Midori é atraída pela presença de gatos e isso a leva a conhecer Ao, que trabalha como guarda noturno na mina de ouro. Ao diz a ela que também não se lembra de seu passado. Midori e Ao se sentem atraídos um pelo outro e passam um tempo juntos.
O filme fala sobre rencarnação e tem forte contexto sobre o budismo. Tem um pano de fundo interessante, e a fotografia e as locações são belíssimas. A parte que mais me encantou é o desfecho, que acontece dentro de um túnel iluminado de verde. É melancólica e cinematicamente falando, espetacular.
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