sábado, 20 de maio de 2023

Verão fantasma

"Verão fantasma", de Matheus Marchetti (2022) Se tem algo que se deve elogiar nessa produção queern independente brasileira, bancada através de um coletivo de financiamento, é a sua ousadia. Méritos de um cineasta claramente cinéfilo, que traz muitas referências de filmes de terror,d esde os italianos Dario Argento e Mario Bava, até cults mais recentes, como "A corrente do mal" , "O grito" e tantos outros. No Brasil, a referência maior é "Sinfonia da necrópole", de Juliana Rojas, em uma mescla de terror, musical operístico e trash. "Verão fantasma" traz a corajosa mistura de história de fantasmas, saída do armário, coming of age, paixões avassaladoras e um delirante universo à la "O fantasma da ópera", protagonizado por um elenco de jovens atores. Filmado em Ubatuba, o filme apresenta Martin (Bruno Germano), 18 anos, um rapaz que fugiu de casa após discussão com seus pais possessivos e intolerantes e decidiu se refugiar na casa aonde passou a sua infância com sua prima Alice e seu amigo Daniel. Mas com os anos, os amigos se separaram: Martin e Alice foram para a cidade grande e deixaram Daniel sozinho, que acabou desaparecendo, e egundos alguns, morreu afogado. Ao chegar na casa abandonada, Martin conhece Lucas (João Felipe Saldanha", um morador da região. Ambos acabam tendo um relacionamento. Para surpresa de Martin, sua prima Alice, o namorado dela, Vitor (Matheus Paiva) e um casal de amigos. Na noite, entre bebedeiras, sexo e números musicais, todos acabam tendo visões com fantasmas. O filme tem momentos divertidos, como a ótima cena de Martin e Lucas cantando "A lenda", de Sandy e Jr no karaokê. Mas a duração excessiva, de quase 2 horas, acaba prejudicando o melhor aporveitamento da trama, que oscila entre tantos personagens que vão surgindo na trama e deixando-a às vezes confusa. Mas de grande mérito, certamente toda a trama de amor à primeira vista entre Martin e Lucas, com divertida cena da primeira noite de sexo e boa química entre os atores, e os números musicais, que podem incomodar um público que não curta números musicais, mas que me deixou delirando. A fotografia brinca com as cores do gênero "Giallio", e no final das contas, é um filme que merece aplausos pela criatividade.

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