domingo, 28 de maio de 2023

Terceira guerra mundial

"Jang-e jahani sevom", de Houman Seyyedi (2022) Os iranisnos são hábeis em fazer os protagonistas sofrerem, muitos filmes são um emaranhado de armadilhas que vão transformando a vida dos protagonistas em um beco sem saída. O público sofre junto dos personagens, em uma narrativa que beira o sadismo. Dos mais recentes, tivemos "Um herói", cujo protagonista se envolvia em dívidas cada vez maiores. Agora com "Terceira guerra mundial", a trajetória de Shakib (Mohsen Tanabandeh) será igualmente tortuosa. Sem teto, sua esposa e sua filha morreram em um terremoto recente. Shakib faz bicos para poder juntar uns trocados. Ele tem uma amante, uma jovem prostituta, Ladan, por quem ele nutre imenso carinho. Mas ela é agenciada por perigosos cafetões. Um dia, Shakib consegue um bico em um set de filmagem. Ele ajuda na cozinha. Quando o ator que interpreta Hitler é impossibilitado de estar no filme, o Diretor decide convocar Shakib para fazer o papel, mesmo sem experiência alguma em atuação. De coração bom, aos poucos, Shakib vai sendo manipulado pela equipe de filmagem e pelos gigloôs de Landa, que querem dinheiro dele. Indicado pelo Irã a uma vaga ao Oscar de filme estrabgeiro, "Terceira guerra mundial" é um filme diferente das narrativas documentais que vemos em outras cinematografias premiadas, se aproximando mais da narrativa clássica de Asghar Farhadi. O filme venceu em Veneza, na mostra paralela Horizon, os prêmios de melhor filme e ator, merecidamente. À medida que o filme vai se encaminhando ao seu desfecho, vai se tornando cada vez mais angustiante.

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