quarta-feira, 3 de maio de 2023

Bem-vinda Violeta

"Bem-vinda, Violeta", de Fernando Fraiha (2022) Duas coisas me saltam aos olhos imediatamente após assistir ao drama de suspense psicológico brasileiro "Bem-vinda Violeta", escrita por Inés Bortagaray e o diretor Fernando Fraiha: o perfeito e intenso trabalho do elenco, em especial, de Debora Falabella e do ator argentino Darío Grandinetti, de "Fale com ela", "Relatos selvagens" e "Vermelho sol", vencedor do prêmio de melhor ator no Festival do Rio 2022; e a fotografia em tons frios e melancólicos, escuros de Gustavo Hadba, filmada na Patagônia argentina. É um filme intimista, existencialista, que pode lembrar em alguns momentos "O iluminado" ou até memso, para quem já participou de preparação de elenco visceral, onde o método é o da provocação, humilhação, entrega, para fazer o ator se conectar com a personagem. É isso o que vai acontecendo em "Bem-vinda Violeta": um grupo de escritores vai para um concorrido laboratório literário na Cordilheira dos Andes, coordenado por um escritor criador de um método de imersão de escritor em seus personagens, vivenciando tudo o que escrevem. Ana (Debora Falabella) está em sua primeira imersão no local, enquanto os outros na maioria voltaram diversas vezes. Holden (Grandinetti) provoca, humilha, instiga, faz vivenciar os personagens, sem o qual, o escritor não entenderá a essência do que escreve. Aos poucos, Ana vai se mesclando à sua personagem Violeta, e vai entrando num processo que beira a loucura ou ao sacrificio artístico, abdicando de todo bem material , inclusive, de seu namorado. O filme é muito bem dirigido, com enquadramentos muito marcados e estilizados. Dividido em capítulos, o espectador vai entendendo cada vez mais do processo que acontece no local. O porém vai na trilha sonora, excessiva e antecipando atmosfera que ainda não começou a se desenvolver. Mas é um grande salto de qualidade no panorama dos dramas psicológicos desenvolviudos no Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário