"A felicidade das coisas", de Thais Fujinaga (2021)
Participante da seleção oficial de Rotterdam e vencedor de prêmios nos festivais da Mostra de São Paulo e Aruanda, 'A felicidade das coisas" é o filme de estréia da cineasta e roteirista Thais Fijinaga. O filme é produzido pela Embaúba Filmes, produtora mineira premiada por filmes como "Marte um", "Temporada" e "No coração da alma".
O filme tem um registro totalmente naturalista, um olhar documental sobre uma família de férias em uma casa de veraneio em Caraguatatuba, litoral de São Paulo. Paula (Patrícia Saravy) é mãe de dois filhos: o adolescente Guto e uma menina de seis anos. A mãe de Paula (Magali Biff) também está presente na viagem. O marido está em São Paulo, porém está sempre ausente e justificando a sua ausência através de telefonemas, deixando claro que o casamento não vai bem. Paula deseja uma piscina em seu quintal, mas o dinheiro acaba e não consegue finalizá-lo. Ela ainda enfrenta a aborrecência do filho, que está em fase rebelde.
O filme é uma coleção de pequenos sketches sobre o citidiano de uma família em busca de reconexão. Os personagens masculinos, tanto o filho, quanto os operários da pisicna e um homem que insiste em invadir o terreno de Paula para pescar representam a sociedade machista que desmerece a mulher representada com força por Paula, mas ainda assim, sem forças para lidar com tanta pressão familiar. O filme, inspirado por experiência real vivida pela diretora quando passava férias na região, faz também uma crítica ao consumismo e ao conflito social e de classes. O filme tem um ritmo extremamente lento, uma aposta da diretora ao apontar a sua câmera para personagens comuns.
Nenhum comentário:
Postar um comentário