sexta-feira, 12 de maio de 2023

O homem cordial

"O homem cordial", de Iberê Carvalho (2019) Vencedor em 2020 dos Kikitos em Gramado de melhor ator para Paulo Miklos e melhor trilha, "O homem cordial" foi filmado em 2018 e somente em 2023 encontrou espaço no circuito para o seu lançamento comercial. Essa demora acabou se tornando de certa forma benéfica ao projeto, por conta de seus temas sobre direita extermista, repressão policial, fake news, cancelamento virtual, luta de classes e racismo. Escrito por Pablo Stoll, uruguaio que co-dirigiu 'Whisky" e pelo brasiliense Iberê Carvalho, diretor de "O último cine drive in", "O homem cordial" é um filme que mescla drama, suspense e policial com um fundo político e social ambientado em uma noite na capital de São Paulo. Aurélio Sá (Miklos) é vocalista da banda de punk rock Instinto radical, que foi sucesso nos anos 90. Eles retornam para um come back em uma casa de shows, mas durante a apresentação, um vídeo viraliza e o público hostiliza o grupo. No vídeo, Aurélio se envolve com uma ação que traz um menino negro e um policial branco que acaba morrendo. Com o show cancelado, Aurélio se desnetende com seu grupo. Na rua, ele é procurado por uma jornalista negra, Helena (Dandara de Morais), quer contar com a ajuda de Aurélio para encontrar Mateus (Felipe Kenji), o garoto que está desaparecido desde o evento com o policial. Mas a polícia corrupta vai atrás dos dois e uma caçada se inicia. Com a participação de Bruno Torres, Theo Werneck, Fernanda Rocha e Murilo Grossi, o filme traz um olhar amargo e bastante crítico e pessimista do país, onde a violência e a sociedade extremista saem vitoriosos na busca por ideais da supremacia branca e, racista e misógena. Paulo Miklos mais uma vez surpreende com uma performance vibrante, em uma trama enxuta de 80 minutos, que termina de forma brutal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário