domingo, 28 de maio de 2023

Transamazonia

"Transamazonia", de Débora Mcdowell, Renata Taylor e Bea Morbach (2020) No dia 27 de setembro de 1972 foi inaugurada a BR-230, mais conhecida como rodovia Transamazônica. O objetivo era conectar o Nordeste ao Norte do País, com 4.260 km, passando por sete Estados, no projeto mais ufanista do governo de Medici, durante a ditadura militar. O impacto foi desastroso para as florestas, fauna e populações indígenas. Houve um aumento da prostituição nos locais, o que motivou a obra prima "Iracema, uma transa amazônica", de Jorge Bodansky e Orlando Senna em 1974. Em 2017, as diretoras Débora Mcdowell, Renata Taylor e Bea Morbach percorreram vários municípios do Amazonas e Pará e entrevistaram integrantes da comunidade trans e travestis. O filme mostra a determinação e a luta da comunidade contra a transfobia, homofobia e a dificuldade em conseguir emprego e uma vida mais digna. Logo de cara, o filme faz um paralelo da construção da estrada da Transamzônia com o governo de Bolsonaro, mostrando como a onda conservadora foi desastrosa para a copmunidade trans, alvo de ataques. No município de Lábrea, somos apresnetados à Marcelly, 35 anos, desempregada. Depois em Marabá, Pará, conhecemos Melissa, estudante de direito de 21 anos e mãe. Todas vivem à beira da rodovia transamazônica, e os municípios foram criados a partir de sua construção. Uma das diretoras, a ativista trans Renata Taylor, é do Belém, fundadora do Grupo de Resistência de Trans e Travestis da Amazônia (Gretta). O filme traz imagens mostrando um Brasil do terceiro mundo, que ao som de techobrega, revela um mundo de desemprego e caos social e econômico. Mas o foco principal é para o preconceito contra a comunidade LGBTQIAP+. As entrevsitas são bastante dramáticas, mas também, bem humoradas, quando elas debatem entre si. E é incr;ível como o poder das novelas da Globo continua muito forte na região.

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