quinta-feira, 18 de maio de 2023

Piconzé

"Piconzé", de Yppê Nakashima (1972) Pioneiro da animação no Brasil, "Piconzé" é a primeira animação colorida de um longa-metragem produzido no país. A equipe, assim como o diretor, são imigrantes que vieram do Japão e trouxeram ao filme uma mistura de cultura brasileira e japonesa, através dos instrumentos musicais e da história, que traz folclore brasileiro misturadso a uma trama de faroeste de Sergio Leone e da obra-prima de Kurosawa, "Os sete samurais". Reunindo em sua equipe artistas da colônia japonesa em São Paulo, a obra foi criada a partir de colagens e com tintas desenvolvidas pelo próprio realizador. O poeta Décio Pignatari assina algumas das letras da trilha sonora. O filme levou cinco anos para ser realizado, de 1968 a 1972, com duração de 78 minutos. Na Vila do Vale Verde, vivem o menino Piconzé, a menina Maria Esmeralda, o porco Chico leitão e o papagaio Dom Louro. A cidade vive feliz, até que a gangue do bandido Bigodão e seus capangas, roubam as casas e sequestram Maria Esmeralda. Ao lado de seus colegas, Piconzé embarcará numa aventura para resgatar a menina das garras dos ladrões. No meio do caminho enfrentam um monstro, uma bruxa, conhecem o Curupira e um ermitão que os ensina a lutar para derrotarem o bando de Bigodão, na melhor tradição de Mestre do Kung Fu. Impressionante como esse filme foi realizado com condições tão ínfimas, e ainda assim, é uma animação bem requintada, apesar dos traços simples. Trazendo elementos psicodélicos, temas pusados para a época como travestismo e femnismo, o filme é para as crianças, mas certamente os adultos também irão se divertir. A dublagem e a trilha sonora são dois grande strunfos, uma delicia atemporal.

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