quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Waves

'Waves", de Trey Edwards Shults (2019) São poucos os jovens cineastas que me despertaram inveja pela genialidade de seus primeiros filmes. entre eles, estão Damian Chazelle, Xavier Dolan e Trey Edwards Shults, que já em seu primeiro longa, rodado aos 23 anos de idade, já impressionou meio mundo: "Krishna". Depois veio o terror "Ao cair da noite", igualmente instigante, e agora o seu filme mais maduro e primoroso, "Waves". Super premiado em diversos Fetsivais, e constando em várias listas entre os melhores filmes de 2019, o filme é uma experiência sensorial que parece uma mistura do visual e da estética de "A árvore da vida", de Terence Malick, com o drama e as cores de "Moonlight", de Barty Jenkins. O filme tem uma estrutura que divide o filmes em 2 atos: no primeiro, acompanhamos uma família afro-americana, e tendo como protagonista o filho do casal, Tyler (Kelvin Harrison Jr., extraordinário). No 2o ato, o filme dá vez à sua irmã, Emily (Taylor Russell, brilhante). O filme trata de temas como luto, ciúmes, competição, perdão, amor e principalmente, o poder das escolhas. Tyler é um jovem atleta, admirado em sua escola. Seu pai, Ronald (Sterling K. Brown) o terina para que Tyler se supere. Ronald educou seu filho com a seguinte motivação: todo negro tem que lutar 10 vezes mais do que um homem branco. pressionado pelo espírito competitivo do pai, Tyler esconde dele que está sofrendo com um problema no ombro provocado pelo excesso de exercícios. Paralelo, Tyler namora Alexia, e descobre que ela está grávida. Depois de uma tragédia, o filme muda de protagonismo e acompanhamos Emily e a sua luta para poder se recuperar de um ato que ela se pune, acusando=se a si mesma de covarde. Esteticamente, o filme tem o formato de janela 2:35, mas à medida que o filme vai ficando mais dramático e claustrofóbico, a janela vai apertando até virar tela quadrada, retornando depois ao formato original. A fotografia é formidável, trazendo cores fortes à atmosfera da Flórida. A trilha sonora é toda composta por músicas de bandas de rock, como Radiohead. A força do trabalho do elenco é algo digno de nota, em momentos complexos de emoção. Trey evita o melodrama se apropriando de uma linguagem de movimento de câmera impressionante Tem momentos que fico imaginando como ele conseguiu realizar determinados movimentos de câmera, como a do carro e a câmera em 360 graus. Participação especial e comovente de Lucas Gedges, um dos melhores atores da nova geração de Hollywood.

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