segunda-feira, 13 de janeiro de 2020
O escândalo
“Bombshell”, de Jay Roach (2019)
O drama “O escândalo” vem sendo aclamado pelos críticos pela performance arrebatadora do trio feminino principal: Charlize Theron, Nicole Kidamn e Margot Robbie. Também está sendo comentado fortemente pelo trabalho irrepreensível da equipe de maquiagem, que transformou Charlize Theron e John Lightgow em pessoas com fisionomias totalmente diferentes dos atores. Mais: muita gente anda detonando o filme por ele querer defender as mulheres e o abuso do assédio sexual no trabalho, e no entanto, o filme ter sido dirigido e escrito por homens, e acusando do filme ser narrado pelo ponto de vista de autores masculinos.
Ou seja, “O escândalo” do filme permeia também os bastidores do projeto, que mesmo com tantas críticas favoráveis ou contra, desperta atenção do espectador justamente pelo trabalho do elenco, mesmo os coadjuvantes de luxo, como Allison Janney e Malcom Macdowell, interpretando Robert Murdoch, o Presidente da News Corporation, que engloba a Fox News, The Times e Wall street jornal.
O filme narra os bastidores que levaram à demissão do todo Poderoso CEO da Fox News, Roger Ailes (John Lightgow), por um time de funcionárias da empresa que o acusaram de assédio. Entre elas, as âncoras Megyn Kelly (Theron) e Gretchen Carlson (Kidman). A personagem de Robbie, Kayla Pospisil, é a única fictícia, criada justamente para ser um amálgama de todas as mulheres que sofreram assédio e tiveram que ficar caladas por um bom tempo por conta do ambiente masculinizado e tóxico da empresa.
O cineasta Jay Roach é famoso por ter dirigido a franquia “Austin Powers” e o roteirista Charles Randolph é o responsável por “A grande virada”, filme de Adam McKay que criou aquela linguagem que une documentário, sátira política e muito deboche e humor negro. Muito dessa narrativa está presente aqui no filme, que tem uma edição bem próxima ao filme de Mackay. O filme é excelente para se entender os bastidores de uma rede de noticias, com todas as suas malandragens e perfídia. E isso tudo durante a campanha de Trump à Presidência, em 2016. Bem dirigido e com ótimo elenco, o filme cansa às vezes, mas no final fica-se a sensação d éter assistido a um filme que importa e muito.
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