terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Monos

"Monos", de Alejandro Landes (2019) Vencedor de mais de 20 Prêmios internacionais, entre eles Sundance e San Sebastian, "Monos" é um impressionante drama co-escrito e dirigido pelo Cineasta brasileiro Alejandro Landes, nascido em São Paulo mas de cidadania Colombiana e equatoriana. O filme foi indicado pela Colômbia para tentar uma vaga entre as finalistas do Oscar de filme estrangeiro 2020. Livremente inspirado no clássico livro 'O senhor das moscas", de William Golding, o filme é uma alegoria política e social que tem como protagonistas um grupo de 8 adolescentes revolucionários, que vivem nas montanhas da Colômbia com a finalidade de vigiarem a refém americana que eles chamam de 'Doutora", uma engenheira sequestrada pelo grupo intitulado "A organização". Durante uma bebedeira, um dos rapazes atira sem querer em uma vaca cedida por revolucionários. O grupo acaba sendo atacado e precisam fugir pela selva. A doutora consegue escapar, mas o grupo vai atrás dela. Cinematograficamente, o filme é uma mistura insana e bizarra de : Apocalipse now", "O abraço da serpente" e "Amargo pesadelo". A primeira metade do filme tem uma vocação mais experimental, e a segunda, vira um filme de aventura e perseguição. É um filme com uma espetacular fotografia de Jasper Wolf. tomada por enquadramentos e planos tecnicamente magistrais, e a trilha sonora é da inglesa Mica Levi, responsável pelas trilhas de "Jackie", de Pablo Larain, e "Sob a pele", com Scarlett Johanson. "Monos"não é um filme fácil de se assistir: o início é lento, sem um fluxo narrativo coeso que consiga prender a atenção do espectador comum. Para quem se deixar levar pela cinematografia excitante e arrasadora, vai se vislumbrar com o talento incomum dessa garotada, todos amadores e que nunca atuaram antes. A americana Julianne Nicholson, no papel da Doutora, impressiona com sua garra e visceralidade, fazendo todas as cenas de perigo, não querendo usar stunts. Um trabalho formidável do cineasta Alejandor Landes, certamente alguém para se olhar no futuro. O filme foi uma grande sensação no Festival de Berlin, onde competiu na Mostra Teddy, dedicada a filmes com temáticas LGBTQI+: os adolescentes descobrem sua sexualidade durante o treinamento e até mesmo com a Doutora. Certamente, um filme bastante rico e complexo em sua dramaturgia.

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