terça-feira, 9 de julho de 2019

Primos

"Primos”, de Mauro Carvalho e Thiago Cazado (2019) Drama romântico LGBTQ+ adolescente, “Primos” é uma produção 100% independente brasileira, realizada com incentivos próprios. MACA é uma produtora que pertence aos sócios Mauro Carvalho e Thiago Cazado. Mauro é fotógrafo, e Thiago escreve os roteiros, dirige e atua. Eles transitam entre o Teatro e o Cinema, tendo realizado peças e curtas de sucesso. “Primos” é o segundo longa da dupla, após o sucesso de “Sobre nós”. Todos os projetos da produtora transitam sobre o universo LGBTQ+ entre os adolescentes, discutindo temas como homofobia, saída do armário, primeiro amor e conflitos típicos de gente jovem. A história é bem simples: Lucas vive com sua tia religiosa, Lurdes, em uma casa no interior. Lurdes costuma trazer beatas para oração em sua casa, e Lucas, que dá aulas de piano, faz o fundo musical das orações. Uma jovem, Julia, sente atração por Lucas, que vai se desvencilhando como pode. Um dia, Lurdes anuncia a vinda do seu outro sobrinho, Mario ( o diretor Thiago Cazado), que foi preso e por isso, sua família o renegou. Ao chegar na casa, os primos acabam sentindo uma forte atração, mas Lucas teme que a tia Lurdes e as betas descubram que ele é gay. Como roteiro, o filme é bastante singelo. Mas ele é bem produzido para um filme independente, com dois ótimos protagonistas, Thiago Cazado e Paulo Souza, carismáticos. A tia Lurdes também tem uma bela interpretação. Quanto às beatas e Julia, a escolha pela caricatura enfraqueceu as personagens, principalmente em seu desfecho, onde fica patente a fragilidade das atuações dessas participações. Mas o filme é bem intencionado, e trazer o conflito da saída do armário, aliado à religião, é um barril de pólvora que de certa forma, o filme apresenta bem para um público jovem. O que mais surpreende no filme, além do seu humor ingênuo e as piadas repletas de segundas intenções, é a ousadia em relação às cenas de nudez total dos dois atores, que se expõe sem qualquer constrangimento e totalmente à vontade. Um belo filme do cinema independente, que merece ser visto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário