sábado, 27 de julho de 2019

Meu anjo

"Gueule d'ange ", de Vanessa Filho (2018) Li recentemente uma crítica desse drama francês em um Site de Cinema e fiquei triste com a resenha da jornalista: ela detonou o filme, dizendo que Marion Cotillard estava péssima e que a pequena Ayline Aksoy-Etaix era fraca. Gente, que filme essa pessoa assistiu? As duas estão ótimas, vigorosas, intensas nesse tristíssimo drama sobre abandono infantil. O filme termina ao som da canção "Sin toi", música do clássico "Cleo de 5 às 7". Marion interpreta a mãe solteira Marlene, mãe da pequena Elli. Marion comemora o seu segundo casamento com Jean em um barco, junto de amigos. Após os festejos, Jean procura por Marlene e a encontra transando com o garçon. Jean a abandona, e Marlene retorna à sua vida de desemprego. Sem saber como educar ou criar a sua filha, Marlene cada vez mais se afasta dela, se entregando ao álcool e outros excessos. Durante uma noitada, Marlene desaparece, e Eli, sem noticias de sua mãe, procura se virar para sobreviver. Angustiante e muito depressivo, "Meu anjo" não busca a redenção de ninguém, nem procura caminhos fáceis para as suas protagonistas. A diretora e roteirista Vanessa Filho não tem um olhar carinhoso para as suas mulheres: elas sofrem, elas odeiam, elas desistiram do amor. O filme concorreu na Mostra Un Certain regard em Cannes, e possui uma fotografia brilhante de Guillaume Schiffman. O filme lembra bastante "Projeto Flórida" e um tanto do japonês "Ninguém pode saber", de Kore eda.

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