terça-feira, 21 de junho de 2016

Na ventania

"Risttuules", de Martti Helde (2014) Drama da Estônia que narra um fato histórico que eu desconhecia: o genocidio soviético. Sob o mandato de Stalin, tropas soviéticas, no início da década de 40, invadiram países balticos ( Estônia, Lituânia) e enviaram os presos para a Sibéria e campos de trabalho distantes. Em 14 de junho de 1941, dá-se inicio à história da protagonista Erna: casada com um integrante da frente de defesa e mãe de uma menina, eles vivem uma vida feliz no campo e se recusam a Fugir. As tropas chegam e ela é separada do marido, que é enviado para a Sibéria. Erma e sua filha são enviadas ao campo de trabalho e passam fome, frio e cansaço. Para não enlouquecer e manter viva a memória da alegria e do marido, ela escreve cartas endereçadas para ele. Filmado em preto e branco, " Na ventania" é um filme experimental na forma: 90 por cento do filme, narrado por Erna, e' representado por imagens de quadros vivos: os atores ficam congelados em suas ações e a câmera passeia por eles. É um trabalho impressionante, pois os planos são longos e ainda circundam os atores, e eles se mantém na postura e na energia que as cena exigem. É um trabalho hercúleo de composição corporal e de trabalho de camera, que percorre espaços mínimos e ficava o tempo todo me perguntando: como conseguiu passar com a câmera? Triste como um lamento de morte, e' um filme que deve ser visto com o espectador disposto a enfrentar uma obra singular, sem concessões para agradar à plateia mais afoita. De ritmo extremamente lento, pode ser um convite ao sono para o espectador mais desatento.

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