quarta-feira, 12 de março de 2025
Parque de diversões
"Parque de diversões", de Ricardo Alves jr (2024)
Até os anos 90, a maioria das praças e parques públicos não eram fechados por grades. Isso permitia que muitos pessoas utilizassem os seus espaços na madrugada para encontros sexuais, o popular termo "cruising", ou "pegação". Alertado pela população conservadora, os governos mandaram cercar tudo e determinar um horário para fechamento. No filme "Parque de diversões", cabe à uma mulher trans o rompimento de uma das grades para liberar a entrada da comunidade queer e assim, poderem liberar e extravazar seus desejos e apetites sexuais e fetichistas. Esse movimento anárquico pode ser visto como um recado aos gocernos conservadores, que procuram privar e apagar a existência de pessoas lgbtqiap+.
"Parque de diversões" é dirigido por Ricardo Alves Jr, do ótimo "Elon não acredita na morte". Ele traz referências a dois clássicos do universo "cruising": "Parceiros da noite", de Willian Fridkin, e "Um estranho no lago", de Alain Guiraudie. Em ambos os filmes, ums erial killer frequenta o ambiente para buscar suas vítimas. 'Em parque de diversões", não existe crime, e tudo está liberado. É um filme sem protagonismo de personagens. Homens cis, trans de diversas idades, raças e corpos, se encontram anônimos para encontros sexuais, apresentados de forma explícita. Em uma cena , um rapaz narra para um deficiente visual idoso uma relação sexual para que o mesmo se excite.
É um filme voyeurista, feito para um público em busca de imagens homoeróticas e explícitas, com imagens estilizadas quase referenciando os anos 80 com sua iluminação niturna com muitoa gelatina azulada. Senti falta de uma dramaturgia, mas entendo que a proposta é a perversão e a crítica ao conservadorismo.
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