sexta-feira, 7 de março de 2025

A raiva

"La rabia", de Albertina Carri (2008) Premiado drama argentino, co-produzido por Pablo Trapero, escrito e dirigido pela cineasta Albertina Carri, em co-produção Argentina e Holanda. O filme é absurdamente angustiante e chocante, não somente pelas cenas de mortes reais de animais ( o abate de um porco jorrando sangue pelo pescoço é brutal), como por cenas envolvendo nudez de uma menina de 8 anos, e mais, com crianças testemunhando um casal fazendo sexo. O filme também apresenta cenas de violência doméstica, com uma criança apanhando com rigor de um pai bruto, lembrando a obra prima dos irmãos Taviani, "Pai patrão". O título do filme tem duplo sentido: La rabia é o nome do município nos pampas argentinos, aonde acontece a história, e também representa simbolicamente a raiva embutida dentro dos personagens masculinos do filme, numa representação da masculinidade tóxica. Duas famílias de agricultores são vizinhos: de um lado, o casal Poldo e Alejandra, pais da pequena Nati, que decidiu ficar muda. Do outro lado, Pichón, pai solteiro, e seu filho Ladeado. Pichón constantemente bate em Ladeado e o obriga a trabalhar. Ladeado descarrega sua raiva matando pequenos animais. Nati toda vez que decide chamar atenção, grita e fica nua perante as pessoas. Alejandra, por sua vez, é amante de Pichón, e eles fazem sexo sadomasoquista. A violência está em todos os lados. Na relação abusiva entre marido/esposa e pai/filho. Nos filhos que testemunham a mãe fazendo sexo. No sofrimento dos animais. A diretora Albertina Carri não economizou nas cenas de sexo, viscerais, e nas cenas de morte de animais, e foi com muita coragem, apresenta um filme cru e polêmico. Os atores se entregam nas cenas de sexo, mas o que me chama mais atenção, é a participação das crianças no filme, e de que forma os pais dos atores mirins permitiram a participação deles no filme.

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