terça-feira, 11 de março de 2025

A batalha da rua Maria Antônia

"A batalha da rua Maria Antônia", de Vera Egito (2024) Vencedor do prêmio de melhor filme no Festival do Rio 2023, nada mais oportuno do que "A batalha da rua Maria Antônia" ser lançado após o sucesso avassalador de "Ainda estou aqui". O filme, escrito e dirigido por Vera Egito, é basedo em uma história real ocorrida no dia 2 de outubro de 1968, em São Paulo: o confronto entre estudantes e professores do Movimento Estudantil de Esquerda, no prédio da Faculdade de Filosofia da USP, contra o Comando de Caça aos Comunistas vindos do outro lado da rua, da Universidade Mackenzie. Entre estudantes revolucionários, professores delatores e uma professora despolitizada que acaba se envolvendo com o movimento estudantil, o filme conquista o público tanto pela narrativa, quanto pela forma como é exibido: buscando referência estética na obra-prima "Eu sou Cuba", de Mikhail Kalatozov, composto por famosos planos sequências e em preto e branco, incluindo um segmento que mostra uma batalha entre estudantes e policiais. "A batalha da rua Maria Antônia" segue um rigor formal: rodado em preto e branco, janela 1:37 e composto por 21 planos sequências, que vão sendo contados em contagem regressiva. Todas as cenas são bem marcadas e coreografadas, com espetacular fotografia de Will Etchebehere e direçào de arte impecável de Valéria Costa. O elenco é forte: Gabriela Carneiro da Cunha, Juliana Gerais, Caio Horowicz, Philipe Lavra, entre outros, colocam toda a energia em campo para dar vida a personagens representativos de uma época de luta história do Brasil.

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