sábado, 1 de março de 2025

Endless summer syndrome

"Le sindrome de l'été sans fin", de Kaveh Daneshmand (2023) Incesto e pedofilia são temas explosivos e tabus em qualquer cultura. Co-produzido por França e Tchecoslováquia, "Endless summer syndrome" é o filme de estréia do cineasta e roteirista iraniano radicado em Praga Kaveh Daneshmand. Ele escolheu para seu filme de estréia um drama bastante complexo, ambientado em uma aparente família feliz, composta pelo casal de meia idade Delphine (Sophie Colon), uma advogada de alto escalão e seu marido escritor Antoine (Matheo Capelli) e os filhos adotivos multiculturais: a negra Adia (Frédérika Milano) e o turco Aslan (Gem Deger , co-roteirista do filme). Um dia, Delphine recebe uma ligação anônima: uma mulher que se diz colega de trabalho de Antoine, diz que ele revelou à ela, bêbado, estar tendo caso com um dos filhos. Delphine de início acredita ser um vigarista, mas logo ele se bota em paranóia, observando qualquer ato suspeito de seu marido perante os dois filhos. Um filme com um tema tão polêmico só poderia dar certo tendo atores talentosos dando vida aos personagens. Todo o filme é em cima da personagem de Delphine, defendida com unhas e dentes por Sophie Colon, estreando forte no cinema. Sua performance alia muitas camadas, e de fato eu confesso que fiquei com raiva do desfecho. As cenas de sexo entre Antoine e um dos filhos é bastante erótica e repleta de tesão. Ainda assim, é difícil não pensar que é um filme que apresenta a pedofilia de forma romantizada e sexy, e fica aí uma boa pauta para discussão.

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