quinta-feira, 27 de abril de 2023

O pastor e o guerrilheiro

"O pastor e o guerrilheiro", de José Eduardo Belmonte (2022) Com roteiro escrito a seis mãos, José Eduardo Belmonte, Nilson Rodrigues, Josefina Trotta, o filme tem como base um fato real, pesquisado por Nilson Rodrigues. Exibido nos Festivais de Brasília, Gramado e Festival do Rio em 2022, a trama mistura várias épocas, que vão dos anos 60 até 1999, antes da virada do milênio. Filmado em Tocantins e Brasília, o filme apresenta um elenco de estrelas, que vai de Johnny Massaro, César Mello, Juliana Dalavia, Cassia Kis e Antonio Grassi. A fotografia é da uruguaia Barbara Alvarez, que forma uma parceria com Belomnte já em diversos projetos. No ano de 1968, João (Johnny Massaro) deixa a universidade de Brasília e vai para a guerrilha na Amazônia, a Guerrilha do Araguaia. A intenção é a de promover uma revolução socialista. Diversos combatentes são mortos pelo regime militar e João é preso, dividindo a cela com Zaqueu (Cesar Mello), um cristão evangélico, preso por engano por ser considerado um comunista. Ambos dividem frustrações, sonhos, diferenças ideológicas e claro, a tortura. Eles marcam um encontro para 26 anos depois, à meia-noite, em 1999, em cima da Torre de TV de Brasília. No ano de 1999, Juliana (Julia Dalavia), uma estudante universit;ária, cuja avó (Cassia Kis) convalesce de câncer, entra em conflito ideológico: a única forma de custear o tratamento do câncer da avó é aceitando a herança de seu pai, coronel da ditadura responsável por rotturar João e Zaqueu. Juliana encontra o livro escrito por João e tenta entender a verdade sobre seu pai. No livro, Juliana descobre que ele irá se encontrar com Zaqueu no reveillón de 1999 e decide estar presente para conhecê-lo. O filme traz muitas sub-tramas e personagens e acaba se tornando confuso no vai e vem temporal. Os bons atores e as intenções de um filme que busca dialogar com a democracia e a liberdade politica e até religiosa tem méritos próprios que faz valer a pena ser visto.

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