sexta-feira, 7 de abril de 2023

Aventuras de um paraíba

"Aventuras de um paraíba", de Marcos Altberg (1982) Divertido filme brasileiro de 1982, que mistura drama, comédia, romance e policial, trazendo referências de tramas dos clássicos "Luzes da cidade", 'perdidos na noite", "Orfeu do carnaval" e "O homem que viou suco". Escrito por Antonio Calmon e José Gonçalves do Nascimento, 'Aventuras de um paraíba" nos dias de hoje certamente seria criticado pelas situações politicamente incorretas, como a objetificação da mulher, o estereótipo do gay, representatividade do negro que entra para o crime, e também por escalar um ator carioca para interpretar um nordestino e uma atriz que não é portadora de deficiência visual para interpretar uma cega. E também, ao olhar do estrangeiro, o filme mostra o Rio de Janeiro mais clichê: é o lugar do Carnaval, do futebol, da praia e do sexo em cada esquina. Em determinando momento, o protagonista diz: Mas como o carioca gosta de convidar para ir ao apartamento!". No entanto, se o filme for visto com o olhar de época, ele é muito divertido, e tem na sua ficha técnica, tanto no elenco quanto na equipe técnica, grandes nomes do audiovisual. Na equuipe, Lucy Barreto, Paula Barreto, Renata Magalhães, Carlos Egberto, Carlos Ebert, Clovis Bueno, maria da Salete, René Bittencourt, Jorge Saldanha, Bruno Wainer, Gustavo Hadba. No elenco, Catarina Abdala, Chico Diaz, Paulão, Paulo Villaça, Claudia Ohana, íris Bruzzi, Tamara Taxman, além das participações de Chacrinha e de Zico. Mas o destaque onviamente vai para Caíque Ferreira, que protagoniza como Zé Branco, o paraibano que vem de ônibus para o Rio de Janeiro tentar a sorte. Caíque faleceu precocemente, aos 39 anos de idade, em 1994, de HIV. Zé chega ao rio e vai morar no quarto de um cortiço com seu amigo Zé Preto (Paulão). Zé vai trabalhar como pedreiro, mas é demitido. Vira pedinte e até mesmo faz programa com uma rica e um gay. Mas ao salvar uma cega, Branca (Claudia Ohana) de um atropelamento, ele logo se apaixona por ela. mas Branca mora com um perigoso policial (Villaça). Zé conhece a fotógrafa Débora (Taxman) e se torna seu amante e assistente, mas continua com Branca em seu pensamento. O filme procura trazer a picardia das pornochanchadas com uma trama que busca elementos de crítica social: desemprego, retirantes, greve de operários, corrupção policial. Mas acaba que são muitas as sub-tramas que enchem o filme de personagens. Mas o registo de um Rio de Janeiro da Zona Sul e do centro dos anos 80 é histórico e imprdível. Ver que a cidade em 1982 era totalmente decsolada e sem censura, com mulheres andando de topless na praia, pessoal cheirando lança perfume e fumando maconha sem qualquer constrangimento, nos faz pensar que o mundo já foi bastante liberal.

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