terça-feira, 18 de abril de 2023

O nevoeiro

"The mist", de Frank Daranbont (2007) Quando assisti na época do lançamento "O nevoeiro" nos cinemas, eu saí totalmente arrasado com o seu desfecho trágico e absurdamente triste, talvez um dos mais brutais do cinema. Revendo agora, e na versão em preto e branco ( que era o desejo inicial do cineasta Frank Daranbont, mas recusado pela distribuidora) , o filme ganha uma dimensão ainda mais densa, com seu jogo de sombras e luz em escala cromática, lembrando até os filmes sci fi dos anos 5o clássicos, como "A guerra dos mundos". Daranbont realiza sua terceira parceria com Stephen King: "Um sonho de liberdade" e "À espera de um milagre" foram os anteriores, sendo aplaudidos pela crítica. No Estado do Maine, nordeste dos Estados Unidos, mora uma família feliz em uma casa na beira do lago. David (Thomas Jane), um desenhista que pinta posters de filmes de cinema; sua esposa Stephanie e o filho Billy, de 10 anos. Quando chega uma tempestade, árvores são arrancadas e destróem as casas. No dia seguinte, a família avista um estranho nevoeiro que se aproxima da cidade. David decide levar Billy até o mercado para comprar suprimentos. Para surpresa de todos que estão dentro do mercado, o nevoeiro toma conta da cidade e os impede de sair da loja. Aos poucos, descobrem aterrorizados que o nevoeiro trouxe insetos gigantes que devoram as pessoas. Um filme primoroso, com um trabalho fantástico de composição de personagens. Daranbont, que produziu a primeira temporada de "The walking dead", escalou alguns atores do filme para a série, como Melissa Mcbride, que fez Carol, e Laurie Holden, que interpretou Andrea. Thomas Jane é o típico herói americano, interpretando o protagonista, David, e tem também Toby Jones, como o gerente do mercado. Mas quem de fato rouba as atenções do filme é Marcia Gay Harden, no papel da religiosa Mrs Carmody. Ela está sublime, e seu personagem certamente foi inspiração para 'The walking dead", deixando claro que o perigo está no ser humano, e não nos monstros. A cena da invasão da farmácia é antológica: tensa, com ótimos efeitos e bem construída.

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