sábado, 1 de abril de 2023

Hollywood no sex please

"Hollywood no sex please", de Clara Kuperberg e Julia Kuperberg (2018) Documentário que explora o puritanismo dos filmes americanos em relação ao sexo, um tabu enorme para a sociedade. Antes dos anos 30, filmes como "Extase", que mostrava um nu frontal e pela primeira vez uma mulher tendo orgasmos, fizeram com que surgisse o Código Hayes nos Estados Unidos: a partir de agora, os beijos só poderiam ter um máximo de 30 segundos, casais adúlteros não podiam dividir a mesma cama, mulheres tinham que estar totalmente cobertas em cena. Mesmo nos filmes de hoje, as mulheres vestekm sutiãs em cenas de sexo, o que é uma herança desse código, que foi derrubado nos anos 60. Com a revolução sexual ocorrendo no mundo, o movimento feminista, a queima de sutiãs, e também, lançamento dos livros "Relatório Kinsey" e "Masters and Johnson" trouxeram a sexualidade para a pauta. Filmes europeus traziam cenas de sexo, nudez, orgias. Nos anos 60, nos Estados Unidos, "Bob, Carol, Ted e Alice" ousou falar sobre swing; "A primeira noite de um homem" mostrava uma mulher de meia idade seduzindo sexualmente um adolescente. "Bonnye and Clyde" mostrava um protagonista impotente, e que utilizava as suas armas como metáfora da ereção. Nos anos 80, as mulheres se tornaram independentes, e também surgiu a Aids. Filmes de sucesso, como "Vestida para matar" e "Dubl6e de corpo", ambos de Brian de PAlma, puniam as mulheres sexualmente ativas, matando-as de forma brutal, uma visão misogena que teve início em 'Psicose". Vieram filmes como "9 12 semanas de amor" e "Instinto selvagem", que fizeram escândalo e foram censuradas em suas versões americanas, mas liberadas na íntegra no resto do mundo. O documentário termina citando séries como "Game of thrones", "Californication", "Girls", entre outros, que mostram sexo de uma forma mais liberal do que no cinema. O filme contém ótimos depoimentos de críticos de cinema, historiadores e sexólogos.

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