terça-feira, 4 de abril de 2023

O castelo

"Das Schloß", de Michael Haneke (1997) Lançado no mesmo ano que seu cult "Funny games", filme que o projetou internacionalmente, o cinasta austríaco Michael Haneke, famoso pelos filmes angustiantes e violentos, adapta a obra inacabada de Franz Kafka, lançada postumamente em 1926. Assim como o livro, o filme também termina subitamente. A história lembra muito do ambiente surreal e labiríntico de "O processo", uma crítica à burocracia do Estado. Curiosamente, haneke escalou o mesmo elenco principal de "O catelo" para seu filme "Funny games". Ulrich Muhe ( de "Funny games", "A vida dos outros") interpreta K. Ele chega a uma aldeia repleta de neve para executar um serviço. Segundo K., o Conde, que comanda o Castelo, o convocou para o trabalho de Agrimensor. Para a sua surpresa, ninguém sabe de sua vinda. K. Decide ir até o Castelo, mas por todas as burocracias , ele nunca consegue chegar lá. K. não consegue sair da aldeia. Os dois assistentes que ele havia solicitado chegam, mas não são os que ele esperava. K. acaba se envolvendo com a garçonete Frieda ( Susanne Lothar, de "Funny games"e "A fita branca"). Contrariado, K. aceita o emprego de supervisor numa escola. Com uma narrativa que tem um narrador, recurso utilizado em 'A fita branca", Haneke apresenta um filme que fala sobre a alienação do povo, o dessinteresse pela política e pelo social, e onde beber, comer e rir é mais importante. Um filme com uma trama repleta de abusrdos e diálogos ácidos e surreais. Gostei, mas a longa duração me cansou. O filme tem 130 minutos. O elenco está excelente e a fotografia é deslumbrante, em tons acizentados, favorecendo o clima de desolação e falta de palheta de cores.

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