"Seahorse - the dad who gave birth", de Jeanie Finlay (2019)
Fico imaginando que filme ou peça de teatro extraordinário não daria, tendo o protagonista Freddy McConnell, um homem trans de 30 anos e que deu à luz um bebê cujo esperma foi inseminado artificialmente. Freddy McConnell desde criança ( e o filme traz sensacionais imagens de arquivo, com Freddy criança, antes da transição, e com apenas 3 anos) perguntando pros pais se ela podia ser o que quisesse. Freedy trabalha como jornalista no jornal The Guardian, e quando decidiu engravidar, pois acreditava que era uma experiência que trouxesse à plenitude a sua questão trans, convidou o jornal para filmar a sua história, desde a inseminação até o parto. Freddy recebe o apoio de sua mãe ( seu pai abandonou a família, e nunca aceitou a transição). No início, Freddy recebeu o apoio de seu parceiro, CJ, um homem trans. CJ ajudou a decorar o quarto, acompanhou a inseminação e todo o processo, mas não segurou a onda e se separou de Freddy, que resolveu seguir adiante, com a ajuda de sua mãe. O filme discute delicadamente e com muita propriedade vários temas: a aceitação, a transição, o papel de mãe, o papel masculino do pai e por fim, a parte mais burocrática e conservadora da história: a corte não aceitou que Freddy registrasse o filho como pai, somente como mãe. Até hoje, Freddy ainda luta pelo direito de ser chamado de pai.
A cena de Freddy dando à luz, é dos momentos mais impressionantes que assisti, é a coroação de um mundo de plenitude e de empoderamento do homem trans.
O filme foi exibido em diversos Festivais, incluindo Tribeca.
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