"The surrogate", de Jeremy Hersh (2020)
Que ótima peça de teatro esse drama daria! Escrito e dirigido por Jeremy Hersh, "A substituta" foi selecionado para o famoso Festival de cinema independente SXSW em 2020. O filme toca em dois temas polêmicos: barriga de aluguel, e aborto.
Jess (Jasmine Batchelor, excelente) é uma mulher negra, independente e trabalha com TI em uma empresa. Ela é amiga de um casal gay, Josh e Aaron, que é negro. O casal, que sempre quiz ter um filho, propõe um pacto com Jess: ela engravidar de um filho deles. Eles darão o suporte financeiro, e ela, após o nascimento da criança, doaria o bebê para eles. Todos estão felizes com a proposta. Jess engravida e após um exame de rotina no ginecologista, ela recebe uma notícia que abala a amizade: o bebê nascerá com síndrome de down. Jess e Josh visitam um centro de terapia para crianças portadoras de down. Josh tenta, mas decide, junto de seu marido, que não querem mais a criança. Jess de início concorda, mas logo depois muda de opinião: ela quer ter o filho. Ela logo recebe as costas de todos: o casal gay definitivamente não quer; os pais de Jess a recriminam, dizendo que uma mulher negra, mãe solteira e ainda por cima de filho especial, será rotulada para sempre; no seu trabalho, a sua chefe não vê cm bons olhos uma funcionária que assume uma gravidez independente.
Um excelente texto, repleto de bons diálogos e de momentos de verdadeira dramaticidade, um presente para os atores, que trabalham as variadas emoções de seus personagens, repletos de camadas. Ótima direção em um filme que prende pelo talento de todos os envolvidos.
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