"O jardim deixado para trás", de Flavio Alves (2019)
Drama LGBTQIA+ que recebeu dezenas de prêmios em Festivais, incluindo, melhor filme do público no SXSW 2019. Tão fascinante quanto o roteiro e a performance poderosa do elenco, é a história do seu diretor e produtor, Flavio Alves. F;avio é brasileiro, De 1988 a 1994, foi marinheiro e escreveu um livro autobiográfico sobre a homossexualidade nas forças armadas. Recebeu ameaças de morte e acabou pedindo asilo político nos Estados Unidos, o que acabou acontecendo em 1998. Desde então, Flavio produziu muitos filmes, dirigiu curtas e agora estréia m longa com o elogiado e contundente "O jardim deixado para atrás", que trata de dois temas que Flavio conhece muito bem: homofobia e imigração ilegal. A protagonista é Tina (a atriz trans Carlie Guevara). Ela mora em Nova York com sua avó, que a trouxe ilegalmente do México para tentar a vida nos Estados Unidos. Hoje em dia, a avó quer retornar para o México, para cuidar do jardm que ela deixara para atrás. Mas Tina quer continuar em Nova York para seguir o seu sonho: transição total para uma mulher trans. Para isso, ela faz consultas com um psiquiatra, para ter certeza de que ela está psicologicamente estável para a cirurgia. Mas a vida de Tina não está fácil: trabalha como motorista de Uber para sobreviver; seu namorado gosta dela com o órgão masculino, e ao saber que ela vai fazer a cirurgia, ele a rejeita; a avó só a chama de Antonio, ao invés de Tina, e não entende o porquê dela querer mudar de sexo; as amigas trans de Tina a convocam para participar de passeata contra o assassinato de uma trans e para finalizar, o atendente da mercearia onde Tina faz compras, sente repulsa por ela, ao mesmo tempo que a deseja.
O filme caminha entre o drama e o suspense, e faz com bastante dignidade e simplicidade. Flavio baseia o seu filme na performance do elenco, todos em registro naturalista e boa parte do elenco, formado por não atores. Todos os personagens trans são realizados por trans de verdade. É um filme que homenageia as trans assassinadas nos Estados Unidos, e alerta que em 2018, foi o ano onde mais se matou trans, principalmente mulheres negras.
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